Enquanto a Operação Lava-Jato avança nas investigações e no indiciamento de políticos e empreiteiros em casos de corrupção, os órgãos públicos de controle e fiscalização voltam a deflagrar campanhas nacionais de conscientização da sociedade sobre a importância do combate às falcatruas. Está confirmada para terça-feira a deflagração, pelo Conselho Nacional do Ministério Público, da campanha denominada #TodosJuntosContraCorrupção, que objetiva estimular iniciativas destinadas a crianças, adolescentes e adultos no ambiente escolar, acadêmico, organizacional ou comunitário.
A meta é promover a formação de cidadãos conscientes e mais participativos no enfrentamento à corrupção, diante das estimativas de prejuízos de mais de R$ 145 bilhões por ano, o correspondente a 2,3% do Produto Interno Bruto do País de 2016. Autoridades engajadas na mobilização voltam a advertir que os recursos que têm sido desviados do erário poderiam ser aplicados na prestação de serviços públicos de qualidade e no atendimento das principais demandas da sociedade. O procurador da República Fábio George Cruz da Nóbrega, integrante do CNMP, disse ao “Correio da Paraíba” que se os recursos desviados pelos corruptos fossem distribuídos de forma igualitária, cada pessoa receberia R$ 725 por ano.
E acrescenta: “O valor estimado daria para multiplicar por seis vezes o maior programa de complementação de renda do mundo, o Bolsa Família, bem como triplicar o orçamento federal anual de saúde e/ou educação”. Enquanto isso, os advogados de Joesley Batista, delator da JBS, colocaram seu passaporte à disposição do STF e pediram para ele ser ouvido pelo ministro Edson Fachin. Este formalizou, ontem, o pedido de prisão de Joesley e do também delator Ricardo Saud. A aceleração de fatos tem coincidido com as últimas decisões que estão sendo tomadas por Rodrigo Janot à frente da Procuradoria Geral da República – uma das quais provocou o retorno à prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima em meio à descoberta de R$ 51 milhões, escondidos num “bunker” de Geddel e familiares.
Nonato Guedes