No bloco oposicionista que faz oposição ao governador Ricardo Coutinho (PSB), começa a ganhar corpo a hipótese de lançamento do deputado estadual Raniery Paulino (PMDB) como candidato a vice-governador numa das chapas a serem lançadas. O deputado Bruno Cunha Lima, do PSDB, líder do bloco oposicionista, exaltou o nome de Raniery como um bom quadro para ocupar a vice pela oposição, que está dividida entre as candidaturas dos prefeitos de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD) e de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSDB).
Embora Raniery tenha descartado a ideia de concorrer à vice-governança e tenha voltado a defender a tese de candidatura própria do PMDB ao governo, o deputado Bruno Cunha Lima insistiu: “Ele (Raniery) seria um grande vice-governador, tanto para Cartaxo quanto para Romero. O nome de Raniery somaria em qualquer chapa e não só na condição de vice. Ele seria um grande nome para disputar qualquer mandato”. Bruno ressaltou que Raniery é um dos parlamentares que ele admira, por se tratar de um homem público que segue um “norte” na sua trajetória. Enquanto isso, o presidente estadual do PSDB, Ruy Carneiro, ao comentar o assédio que o PSB do governador Ricardo Coutinho estaria fazendo ao senador José Maranhão, foi taxativo:
– Não somos nós que vamos dizer como o senador José Maranhão deve se comportar. Ele é um ex-governador respeitado, que tem uma história na Paraíba. Temos certeza de que no momento oportuno saberá conduzir o diálogo no PMDB e o entendimento com os partidos aliados.
Ruy Carneiro ainda aposta fichas na manutenção da unidade oposicionista já no primeiro turno, o que implicaria no lançamento de uma candidatura única para enfrentar a chapa a ser apresentada pelo esquema político do governador Ricardo Coutinho. Para Ruy, a pulverização de candidaturas no segmento oposicionista pode abrir o flanco para favorecer o impulso do esquema governista, que luta desesperadamente para viabilizar quadros competitivos à sucessão de Ricardo Coutinho. O pai de Raniery, Roberto Paulino, foi vice-governador integrando a chapa puro-sangue encabeçada por José Maranhão, na disputa ao governo do Estado em 98, quando passou a vigorar no país o instituto da reeleição. Em 2002, Maranhão se desincompatibilizou para concorrer ao Senado, para o qual saiu vitorioso, enquanto Paulino aventurou-se a disputar o governo do Estado. Foi para o segundo turno contra o candidato Cássio Cunha Lima, mas tropeçou no resultado final. O vice de Roberto Paulino foi o falecido deputado Gervásio Bonavides Maia, pai do atual presidente da Assembleia Legislativa, Gervásio Maia, que é filiado ao PSB.
Nonato Guedes