Haverá um paraibano ilustre na Corte de Raquel Dodge, que toma posse amanhã pela manhã em Brasília como Procuradora-Geral da República, substituindo a Rodrigo Janot, que se despede após um mandato de quatro anos e uma atuação bastante polêmica, sobretudo na reta final, quando tentou confrontar-se com o presidente Michel Temer, denunciando-o ao Supremo Tribunal Federal. O jurista Luciano Mariz Maia, de família tradicional na Paraíba e um expoente brilhante em funções que exerceu, será o número 2 de Raquel Dodge, investindo-se na vice-procuradoria-geral da República. Ele ficará encarregado de cuidar dos inquéritos contra políticos no STJ e substituir a Procuradora-Chefe nas sessões do Supremo Tribunal Federal.
Luciano Mariz Maia, que teve formação superior em centros acadêmicos influentes como a Universidade de Londres e que se especializou em temas inovadores no campo do Direito, suscitando interpretações sobre prerrogativas das comunidades ciganas em teses que esposou, foi secretário de Governo na gestão de Tarcísio de Miranda Burity na Paraíba na década de 80. Passou por diferentes esferas jurídicas, sempre conquistando o respeito e a admiração dos colegas pelo seus conhecimentos no âmbito desse universo. Numa declaração que fez ao site “Os Guedes.com.br”, tão logo foi anunciado por Raquel como vice-procurador-geral da República, ele foi cauteloso diante dos desafios que a nova gestão terá pela frente mas se declarou inteiramente afinado com as diretrizes repassadas pela substituta de Janot na PGR.
O presidente Michel Temer (PMDB), que embarca amanhã para Nova York e Washington, nos Estados Unidos, devendo ter um encontro com o presidente Donald Trump, fez questão de prestigiar a posse de Raquel Dodge, por ele indicada contrariando expectativas, já que foi a segunda votada em lista tríplice submetida à deliberação interna na esfera da Procuradoria. Nos últimos dias, Raquel tem se reunido com sua equipe de auxiliares para afinar as linhas mestras de ação que serão seguidas de agora em diante. A expectativa é redobrada quanto ao desempenho da PGR em virtude do acúmulo de denúncias contra políticos carimbados, inclusive contra o presidente Michel Temer. A Folhapress revelou que o Supremo Tribunal Federal não deve atender, em julgamento marcado para quarta-feira, ao pedido do Planalto para suspender a nova denúncia contra o presidente por organização criminosa e obstrução da Justiça. A tendência do STF, conforme foi apurado pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, é dar aval ao ministro Edson Fachin, relator do caso, para remeter a acusação formal à Câmara.
Nonato Guedes