Já falamos aqui sobre o caso da professora de Língua Portuguesa Marcia de Lourdes Friggi, de 51 anos, que foi agredida em Santa Catarina com tapas e socos por um aluno. O fato é apenas mais um, entre tantos, envolvendo essa profissão, cheia de riscos para o professor em um país onde a violência se banalizou e ninguém define um responsável para ela. Para referendar essa triste estatística, neste final de semana o portal UOL divulgou ampla matéria mostrando que em São Paulo, a cada dia, quase dois professores são agredidos em seus locais de trabalho.Já falamos aqui sobre o caso da professora de Língua Portuguesa Marcia de Lourdes Friggi, de 51 anos, que foi agredida em Santa Catarina com tapas e socos por um aluno. O fato é apenas mais um, entre tantos, envolvendo essa profissão, cheia de riscos para o professor em um país onde a violência se banalizou e ninguém define um responsável para ela.
Para referendar essa triste estatística, neste final de semana o portal UOL divulgou ampla matéria mostrando que em São Paulo, a cada dia, quase dois professores são agredidos em seus locais de trabalho.
Os números divulgados pelo portal levam em conta apenas as 178 queixas de educadores em delegacias no primeiro semestre deste ano em datas do calendário escolar. Possivelmente, há casos que não foram notificados ou denunciados e que estão, portanto, fora dessa estatística. Os números se referem a ocorrências vias de fato (37%), como um empurrão sem maiores conseqüências, e ao crime de lesão corporal (63%), tendo tais ocorrências acontecidas em creches, escolas e universidades.
Os relatos são de casos tão absurdos como outro acontecido também em Santa Catarina, desta feita no município de Jaraguá do Sul. Lá, a Secretaria Municipal de Educação registrou boletim de ocorrência para que fosse investigado o caso de um grupo de alunos que teria dado água do vaso sanitário para uma professora beber. Eles também teriam dissolvido comprimidos no líquido. O caso foi descoberto no início deste mês em uma escola municipal. Segundo o secretário de educação do município, Rogério Jung, a prática já havia ocorrido outras vezes e só foi descoberta porque uma estudante contou para a diretora da escola. Já a polícia disse que uma criança contou primeiro aos pais, que relataram à professora.
De acordo com a Polícia Civil, a professora chegou à delegacia chorando e relatou a situação. Ela contou que passou a sentir um gosto estranho na água e comentou com os alunos. Em casa, as crianças contaram aos pais, que procuraram a professora e informaram o nome da menina que liderava o grupo. Conforme a polícia, a educadora conversou com a menina e descobriu que a água colocada com remédios na garrafa era para que a professora dormisse e não desse aula. Ainda segundo os policiais, a líder do grupo de crianças pedia para que os colegas trouxessem remédios para dormir, mas eles levavam todo tipo de medicamento, que era esmagado em um copo e misturado à água da privada.
Casos como esse da professora de Santa Catarina são mais comuns do que se imagina (como revela a matéria do UOL) e sempre causam indignação na sociedade e nas redes sociais. Silvana Holzhacker, por exemplo, comentou sobre a notícia da água batizada dessa professora de Santa Catarina: A verdade é que as crianças e adolescentes pedem limites. Os adultos que os acompanham tem que colocá-los no caminho, com exemplos e muito diálogo. Já Rosa Eberhardt defende: Os pais deveriam ser multados e a guria expulsa da escola. Enquanto não se define nada, ser professor parece que continuará sendo uma profissão de risco no Brasil.
Linaldo Guedes