O deputado federal Damião Feliciano, presidente do PDT na Paraíba e a sua esposa, Lígia Feliciano, vice-governadora do Estado, não assumem compromisso com a virtual candidatura do secretário João Azevedo. Damião alegou que o ano de 2017 deve ser reservado às questões administrativas, por isso não defende candidatura de ninguém ao governo. “Em 2018, vamos discutir positivamente qual a decisão a ser colocada para o povo e auscultar a reação popular”, propôs ele, defendendo como natural uma aliança entre o PSB do governador Ricardo Coutinho e o PMDB do senador José Maranhão.
De sua parte, a vice-governadora Lígia Feliciano reitera que não pretende polemizar sobre alianças ou candidaturas nem cogita se pronunciar sobre o processo eleitoral este ano. Na edição de hoje, o “Correio da Paraíba” publica esta afirmação de Lígia: “Eu não tenho conversado sobre política e continuo dizendo que as questões políticas devem ser deixadas para o próximo ano. Atualmente, temos conversado sobre trabalho e as ações do governo. O PDT é aliado e estaremos juntos. Nossa posição é tranquila nesse sentido”, pontuou a vice-governadora. O “clã” acalenta, de há muito, a expectativa de que Lígia venha a assumir o governo, completando o mandato de Ricardo, que disputaria o Senado, e tenha manifestação favorável do governador para disputar a sucessão com seu apoio.
Ricardo, além de não confirmar interesse em concorrer ao Senado, já deixou claro que pode perfeitamente permanecer no cargo até o último dia do mandato. E lançou o nome do secretário João Azevedo como alternativa para apreciação pelos seus liderados e apoiadores. A candidatura de Azevedo, que nunca disputou mandatos políticos, não é bem assimilada dentro do bloco que obedece à liderança do governador Ricardo Coutinho. Embora presidindo outro partido, Damião Feliciano considerou natural a aliança do PSB do governador com o PMDB de Maranhão. Ele apenas chama a atenção para o fato de que as alianças sejam processadas em benefício do povo e não para favorecer especificamente qualquer agremiação.
Apesar de insistir na candidatura de João Azevedo, justificando ser um técnico preparado e competente para dirigir os destinos do Estado, o governador Ricardo Coutinho insiste em acenos ao PMDB do senador José Maranhão. De sua parte, o senador Cássio Cunha Lima, do PSDB, defende a união das oposições para 2018 utilizando como justificativa um exemplo de caráter pessoal. Ele explicou ter errado nas eleições de 2014 ao não se aliar ao PMDB, o que teria garantido a decisão do pleito a seu favor no primeiro turno, segundo imagina. Cássio tem participado de conversas com peemedebistas e com o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, do PSD, que ambiciona concorrer ao governo. No próprio ninho tucano, porém, o prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, parente e aliado de Cássio, movimenta-se para conseguir aval e ser indicado candidato ao governo do Estado.
Nonato Guedes