O deputado Ricardo Barbosa (PSB), ocupou na manhã desta quarta-feira, 20, a tribuna da Assembleia Legislativa para criticar a decisão judicial que determinou o retorno do racionamento de água em Campina Grande e região.
Barbosa disse que recebeu a notícia com espanto e indignação. E argumentou: Respeito o judiciário e sou pela independência dos poderes. No entanto, acima de tudo, deve imperar o bom senso e as instâncias devem, como numa engrenagem, atuar para que o Estado faça sempre a melhor prestação de serviço, colocando o povo em primeiro lugar.
Segundo acrescentou, o povo campinense estava comemorando o direito à água e retirar esse benefício seria, no seu entender, um ato de indignidade. Já restou provado tecnicamente que o fim do racionamento não resulta em insegurança hídrica para a região. Retirar o direito à água dos moradores de Campina e região, quando houve o acúmulo de quase 1 milhão de metros cúbicos a mais depois do fim do racionamento, é ir de encontro ao bom senso, dados técnicos e principalmente a dignidade humana. É um menosprezo às dificuldades de milhares de paraibanos que enfrentam, no seu dia a dia, inúmeros constrangimentos e percalços pela falta desse precioso bem da natureza. Esse acúmulo de águas, inclusive, leva em conta a evaporação, o consumo da agricultura de subsistência, tudo somado aos mil e trezentos metros que Campina e toda região consome. Daí concluirmos que a determinação judicial parece extrapolar os fatos concretos e invadir outra seara, que nos parecer ser de cunho político e não técnica.
Barbosa lamentou a guerra política que adentrou à esfera jurídica para, no seu entender, “empanar o brilho de uma importante conquista alcançada com um árduo e honesto trabalho do Governo do Estado, que jamais seria irresponsável, como nunca o foi, de anunciar o fim do racionamento sem o respaldo de estudos técnicos a abalizados pela Agência Nacional de Águas ANA.
Ele disse que considera um absurdo retirar dos campinenses o direito à água, especialmente daqueles que não têm capacidade de prover o seu próprio abastecimento através de gigantes reservatórios em suas casas, condomínios de luxo e edifícios glamourosos. Não podemos ficar indiferentes a isso, quando a sobrevivência e o cotidiano de vários conterrâneos que precisam de água para fazer seu alimento, sua higiene pessoal ou até ganhar o seu sustento fica ameaçada por mais uma decisão equivocada de nossa justiça.