O governador Ricardo Coutinho (PSB) desafiou adversários que incentivam CPIs na Câmara de João Pessoa para apurar supostas irregularidades em suas gestões na prefeitura da Capital a comprovarem qualquer deslize por ele cometido. “Não tenho nada a esconder”, frisou o governador, referindo-se a três pedidos de investigação sobre presumíveis desvios relacionados ao Jampa Digital, licitações abertas na Emlur e negociação da venda da fazenda Cuiá. A criação das CPIs estaria sendo incentivada pelo prefeito Luciano Cartaxo, do PSD, adversário político de Coutinho.
Mas o governador rebate que tal orquestração significa receio de que se investigue possíveis fraudes nas obras no Parque da Lagoa, realizadas na administração em andamentto do prefeito Luciano Cartaxo, que foi reeleito. “Não tiraram nada de lixo. O lixo aí é outro. É o lixo da safadeza. Eu faço esse desafio: vamos abrir tudo que é CPI. Não tenho problema algum com investigação”, reptou o chefe do Executivo estadual. Em declarações ao Sistema Correio de Comunicação, Ricardo foi enfático: “O atual prefeito de João Pessoa morre de medo porque não tem como explicar a retirada de 200 toneladas de lixo dentro da Lagoa do Parque Solon de Lucena. É ficção. Se fosse verdade, teríamos hoje, dentro da Lagoa, a profundidade de um prédio de 17 andares”, acrescentou.
Ainda no capítulo do embate com os adversários, Ricardo afirmou que tem uma infinidade de obras para inaugurar e comentou as especulações sobre se pretende ou não se desincompatibilizar do cargo para concorrer a mandato no próximo ano: “Tenho tanta coisa para inaugurar, mas tanta coisa, que se eu pudesse receitar, receitaria aspirina e chá de camomila para a oposição. Se chá de camomila não der conta, pode entrar no rivotril (…) Nós estamos andando na contramão da crise”. A respeito da polêmica gerada pela decisão do juiz federal Vinícius Costa Vidor, determinando o retorno do racionamento de água nos municípios abastecidos pelo açude de Boqueirão, de Campina Grande, o governador disse que o Estado está esperando ser notificado para recorrer da medida, mas pessoalmente não vê aspectos técnicos para o regresso da medida.
De acordo com ele, não há qualquer argumento técnico que fundamente a decisão do juiz federal de Campina Grande. “E por saber que a Agência Nacional de Águas é o órgão mais adequado para decidir isto, nós vamos recorrer da decisão. Não há motivo algum para Campina Grande e mais 18 cidades voltarem ao racionamento”, observou o governador. Comentando a disputa eleitoral de 2018, o governador reafirmou que quem tem o melhor perfil para disputar a vaga de governador e para governar o Estado é o secretário de Recursos Hídricos João Azevedo. “Eu seria um paraibano extremamente feliz, confiante, em ver uma pessoa com o perfil, com a capacidade, a personalidade, história e honradez de João Azevedo governando este Estado. Seria a certeza da consolidação de tudo isto que nós estamos fazendo”, finalizou Ricardo.
Nonato Guedes