A cantora paraibana Elba Ramalho não se fez de rogada e puxou o brado do “Fora, Temer e todos os políticos corruptos” durante apresentação no palco sunset do Rock in Rio, na sexta-feira à noite. Elba levou para o palco a nova versão do “Grande Encontro”, que percorre diversas Capitais brasileiras e que ela divide com Geraldo Azevedo e Alceu Valença. O cantor e compositor paraibano Zé Ramalho, que participou da versão original do “Grande Encontro”, alegou compromissos profissionais e razões pessoais para não fazer parte da caravana do reencontro.
Elba Ramalho, que recentemente esteve se apresentando no Japão e que cumpre uma agenda movimentada de shows pelo Brasil, é conhecida pelas posições firmes e polêmicas que adota, sobretudo em relação à política. Mesmo sendo nordestina da gema e se identificando como tal nos inúmeros espetáculos em que é estrela, ela já criticou o projeto de transposição de águas do rio São Francisco, considerado “a redenção da população pobre nordestina”. Diante do fogo cruzado causado por suas declarações, Elba veio a público explicar que sua preocupação é com a preservação ambiental no Nordeste, devido ao assoreamento de reservatórios no Nordeste interligado por bacias.
No São João deste ano, mesmo se apresentando em Campina Grande, onde deu os primeiros passos da sua carreira artística-musical, Elba Ramalho causou controvérsia ao criticar o que chamou de invasão por parte dos cantores de músicas do estilo “sertanejo-universitário”, frisando que o forró pé de serra está sendo descaracterizado e que artistas autênticos da região têm sido segregados para que os novatos da geração “sertaneja” tivessem espaço. A manifestação de Elba provocou rebate da cantora Marília Mendonça, expoente do chamado “sertanejo-universitário”, que reclamou de discriminação. O senador Cássio Cunha Lima, mesmo não concordando inteiramente com as opiniões de Elba Ramalho, deixou claro que ela foi bastante oportuna ao abrir uma discussão com a visibilidade que seu nome tem na música popular brasileira. E propôs que o debate em torno das questões pontuais levantadas por Elba fosse aprofundado. No Rio de Janeiro, duas outras artistas paraibanas – Renata Souto Maior Arruda e Lucy Alves estiveram no Rock in Rio prestigiando a apresentação de Elba Ramalho junto com Geraldo Azevedo e Alceu Valença.
Lucy Alves, ontem, mereceu um especial da TV Globo, relembrando a história do “The Voice Brasil” que lança novos talentos da música e que tem contado com profissionais experientes como “técnicos” para julgar as apresentações de participantes, a exemplo de Carlinhos Brown, Lulu Santos, Cláudia Leitte, Ivete Sangalo e Michel Teló. O “especial” da Globo mostrou Lucy cantando e tocando sanfona, cantando ao piano e dividindo espaço com seus pais e irmãs que, junto com ela, formaram a base do “Clã”, embrião da carreira solo da artista pessoense. Lucy disse que o “Thee Voice” lhe abriu portas e foi fundamental para o surgimento de oportunidades de premiação no exterior. Também deu-lhe visibilidade para “explorar” uma outra faceta de sua personalidade – o lado atriz. Foi nesse papel que ela atuou com brilhantismo na novela “Velho Chico”, ao lado de veteranos como Camila Pitanga e Domingos Montagner. “A vida tem sido muito generosa comigo”, expressou Lucy, emocionada, ao relembrar toda essa trajetória.
Nonato Guedes