Começou a temporada de surgimento dos candidatos não-políticos à presidência da República. Depois de Luciano Huck, outra celebridade agora se afirma como pré-candidata ao mais alto cargo do executivo no país. Trata-se da jornalista Valéria Monteiro, que tem em seu currículo o fato de ser a primeira mulher a assumir a bancada do Jornal Nacional, em 1992.
Valéria anunciou, em entrevista a UOL, que será candidata a cadeira de Michel Temer. Assim como Luciano Huck, que se anunciou pré-candidato e depois recuou, aposta no desgaste da classe política e na revolta da população com tantas denúncias de corrupção envolvendo os políticos brasileiros.
Em um país dividido, entre mortadelas e coxinhas, entre eleitores de Lula e admiradores de Moro, a pergunta inevitável: Valéria Monteiro está de que lado? Da esquerda ou da direita? Do juiz ou do ex-presidente? Bom, ela não dá qualquer pista. Pelo contrário. Foge pela tangente quando o assunto é posicionamento político neste momento.
“Estou procurando um partido que me dê uma plataforma para me candidatar à presidência, em 2018. Quero fazer uma candidatura como ativista política. Tenho até pelo menos o final do ano para encontrar uma plataforma adequada. Posso me filiar até abril. Por enquanto é uma pré-candidatura independente, que busca apoio popular antes de tudo. Há uma lista de temas a serem levados em debate com a sociedade, mas acho que ainda não dá para falar de falar de bandeiras, antes que comece a campanha em si”, disse em entrevista a UOL.
E assim, sem bandeiras e nem causa para defender afora apenas sua vontade de ser candidata à presidência da República, Valéria Monteiro vai colecionando questionamentos nas redes sociais. Apareceu outra cara nova que quer ganhar nosso dinheiro fácil, isto e; fácil para ela e difícil para nós, disse um. Conversa!! Ela tá procurando uma boquinha na TV!!!, afirmou outro. Se o medíocre Temer é presidente, quem não pode ser?, questionou um terceiro.
Sobre a atual crise política no Brasil, Valéria comentou. “Estou muito preocupada com o resultado da soma entre a corrupção sistêmica e o desinteresse dos governantes por aqueles a quem deveriam representar. A nossa descrença é nossa sentença de marginalização e empobrecimento como nação. Como confiar que um dia veremos um grande espetáculo se os atores são canastrões e a peça é a que sempre aplicam na gente? Temer pode não ter dado um golpe, mas governa sem legitimidade”. A comparação com o teatro faz sentido. Aventureiros sempre surgem na política quando o país vira uma espécie de ópera-bufa.
Por Linaldo Guedes