O vice-prefeito de João Pessoa, Manoel Júnior (PMDB), admitiu a hipótese de assumir o comando da prefeitura municipal a partir de abril do próximo ano. Declarações feitas por Júnior durante evento promovido pela Câmara Municipal reforçaram a tese de desincompatibilização do prefeito Luciano Cartaxo (PSD) para concorrer ao governo do Estado em 2018, passando o bastão ao vice. Ainda assim, Luciano insiste em fazer cara de paisagem quando abordado sobre o assunto. O seu entendimento é o de que a decisão deve ser maturada e equilibrada. “Se eu vou permanecer até o fim do mandato só vamos saber no final”, desconversou o gestor, dando um ar de ‘suspense’ cinematográfico à decisão.
Interlocutores do prefeito disseram, “em off”, que a dúvida lançada por Cartaxo objetiva evitar deserções no esquema, pela perspectiva de perder o comando da máquina, embora esta seja entregue a uma pessoa afinada e de sua confiança. Luciano, igualmente, não quer “entregar o jogo” ao governador Ricardo Coutinho (PSB), seu adversário, que se aferra também ao suspense sobre a hipótese de concorrer ou não a mandato de senador ou deputado federal, salientando que não tem obsessão por cargos e que se preocupa, de verdade, com metas administrativas que planejou e que estão prestes a serem executadas. Manoel Júnior repassou, porém, uma informação que ajuda a alimentar os rumores sobre Cartaxo: pesquisas quantitativas e qualitativas a que teve acesso colocam o prefeito da Capital em situação favorável para a disputa à sucessão de Ricardo Coutinho, que por ora fixou-se no nome do secretário João Azevedo, da Infraestrutura e Recursos Hídricos.
– Ele (João Azevedo( é imbatível no debate. Tem mais conhecimento do que eu sobre os problemas de João Pessoa e está preparadíssimo para falar sobre as intervenções que precisam ser feitas para beneficiar concretamente a Capital, sem falar nos projetos abrangentes que alcançam toda a população do Estado – frisou o governador esta semana. Manoel Júnior, por sua vez, antecipa que estará preparado para assumir o controle da maior prefeitura do Estado, se este for o desideratum. “Eu tenho uma responsabilidade muito grande e terei talvez muito mais. Se tudo der certo, a partir de abril enfeixarei uma responsabilidade muito maior em representar meu partido (PMDB) no comando da maior cidade do Estado”. Ex-prefeito de Pedras de Fogo e ex-deputado estadual e federal, além de ter sido vice-prefeito da Capital numa das gestões de Ricardo Coutinho, Júnior alertou que apesar de haver bons nomes na oposição, como o do senador Cássio Cunha Lima, do prefeito Romero Rodrigues, do senador José Maranhão, é indiscutível que Luciano Cartaxo está melhor posicionado nas pesquisas.
Questionado sobre deixar o PMDB devido a uma possível aliança entre seu partido e o PSB nas eleições estaduais, Manoel Júnior assegurou que não tem pretensões e que não acredita nessa união entre peemedebistas e socialistas. “Não vou deixar o PMDB e digo que a união com o PSB é aquilo que chamamos de flerte mentiroso, daqueles que querem tirar proveito da situação. O senador José Maranhão, presidente do partido, é um homem experiente, político que tem muita história e com certeza estará militando conosco no campo das oposições”, concluiu Manoel Júnior.
Nonato Guedes