O ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), reagiu a críticas feitas por seus seguidores no Twitter por promover, desde essa quinta-feira (28), uma enquete sobre intervenção militar. Vc é o juiz: o Brasil deve sofrer intervenção militar?, questionou o ministro. Até as 8h30 desta sexta-feira (29), 47% haviam respondido sim e outros 53%, não. Mais de 1,2 mil já haviam retuitado o questionamento até esse horário. Cerca de 900 pessoas já haviam respondido. Parte dos seguidores de Og contestou a decisão do ministro de submeter um assunto delicado a pesquisa.
Ele negou que apoie a intervenção militar, suscitada pelo general Antônio Hamilton Mourão há duas semanas como saída para a crise política no país. Querem minha opinião? Meu dever é cumprir a lei. Sou seguidor da lei, da Constituição e da democracia no Brasil. Faço isso todo dia. Acalmem-se. De mim não verão qualquer manifestação fora da lei, rebateu.
Og criticou o tom considerado por ele agressivo adotado por alguns dos seguidores que o questionaram sobre a realização da pesquisa: Vamos construir o país sem a faca entre os dentes.Precisamos melhorar quando parte da sociedade agride uma singela enquete. Veja, no fim deste texto, a resposta divulgada por ele, dividida em vários tuítes.
O placar da enquete se acirrou desde a noite de ontem, quando um terço dos seguidores defendiam a volta dos militares ao poder, a exemplo da ditadura que perdurou de 1964 a 1985.
Abaixo, a justificativa do ministro para a sua iniciativa:
Verificar os sentimentos do país nas redes sociais é um exercício de empatia. Um juiz que atua no STJ, penso, não deve se encastelar. A internet permite o contato direto com seu povo. Esse espaço pretende ser um canal para a cidadania.Tem compromisso com os valores da sociedade e um viés jurídico. Não busco a notoriedade, mas vinculei-me, faz tempo, ao combate da falta de abertura do Judiciário para o seu público. Utilizo esse espaço para veicular notícias do Judiciário e incentivar o conhecimento deste Poder sem o desejo de influenciar crenças. Sugiro que não me sigam os que desejam nesse espaço que eu trave duelos ideológicos. Há uma contrapartida nisso: não vou dialogar com seguidores que se escondem em falsos nomes para atitudes anárquicas. Contribuir com o debate de ideias implica tolerância com a crença alheia, mas não melhora a sociedade dar trela a quem é intolerante. Contribuir com o debate de ideias implica tolerância com a crença alheia, mas não melhora a sociedade dar trela a quem é intolerante. Civilidade é tarefa de todos. Qual o país que se deseja? Eu quero saber e, às vezes, as respostas causam perplexidade. Qual o país que se deseja? Eu quero saber e, às vezes, as respostas causam perplexidade. Na atual enquete aflora um cenário conflituoso. A pergunta é neutra; algumas respostas, sectárias,a partir da interpretação da enquete. (Og Fernandes)
Fonte: Congresso em Foco