O procurador da República Marcos Alexandre Bezerra Wanderley de Queiroga será investido segunda-feira na chefia da Procuradoria da República na Paraíba e declara estar disposto a intensificar as ações de combate à corrupção, além de ampliar a interiorização do MPF no Estado. A posse será em Brasília, em cerimônia presidida por Raquel Dodge, procuradora-geral da República, conjuntamente com a investidura de novos procuradores-chefes do Ministério Público de todo o país, para um mandato de dois anos. Queiroga sucederá o atual chefe da PRPB, Rodolfo Alves da Silva.
Em entrevista ao “Correio da Paraíba”, o novo chefe da Procuradoria referiu-se ao desafio de manter funcionando uma estrutura compatível com a demanda do órgão, em meio a uma conjuntura de restrição orçamentária como a que se verifica nacionalmente. “O desafio será enorme, inclusive, em decorrência do recente processo de interiorização do Ministério Público, que atualmente conta com unidades, também, em Campina Grande, Guarabira, Monteiro, Patos e Sousa”, revelou. Uma das metas será manter a excelência de qualidade dos serviços prestados e que, segundo ele, foi alcançada na atual gestão. Ele se diz atraído, igualmente, pela oportunidade de promover debates de temas que interessam à sociedade.
Textualmente, Queiroga pontuou: “A interlocução com a população é um dos melhores combustíveis para nossa atuação. Além da persecução penal e do combate à corrupção, será preciso sempre manter o foco na defesa do cidadão, do meio ambiente, das minorias, enfim, dos Direitos Humanos em toda a sua amplitude”. Ele reconhece que o desvio de recursos tem impedido a prestação de políticas públicas de qualidade, afetando diretamente a inclusão social e os serviços públicos vitais, garantidores da dignidade do cidadão. Observa concordar plenamente com a assertiva da doutora Raquel Dodge, que, ao se investir, deixou claro que ninguém poderá ficar acima da lei ou abaixo da lei. Tratou-se, a seu ver, de um recado para os corruptos que se julgavam intocáveis.
Marcos Alexandre Bezerra de Queiroga avalia que o caminho no combate à corrupção ainda será muito longo. “Nenhuma operação, por mais ampla que seja, servirá de solução, pois se o sistema permanecer o mesmo, apenas os corruptos da vez mudarão – e a prova viva disso está na sucessão de fatos ligados à Operação Lava-Jato, mesmo depois da eclosão do mensalão que foi julgado no Supremo Tribunal Federal”, salientou. A corrupção sobrevive, de acordo com ele, devido à permissividade do meio, daí propor que são necessárias mudanças profundas, partindo da própria mentalidade da população. O novo titular do MPF na Paraíba conclui: “Nesse quesito, já podemos sentir esperança, bastando mencionar o projeto de iniciativa popular das Dez Medidas Contra a Corrupção”. Mas alerta que para o florescimento dessa e de outras iniciativas é indispensável que haja a participação e vigilância de cada cidadão, inclusive, na escolha dos governantes.
Nonato Guedes