Dois temas dividiram as polêmicas das redes sociais no dia ontem. O primeiro, um possível racismo do promotor de Justiça do Ministério Público de São Paulo, Avelino Grota. O segundo, o caso de uma professora convidada para dar um aulão em Recife e que antes de chegar a Veneza Brasileira deixou escapar um vídeo onde afirma que os nordestinos não são alfabetizados.
A fala do promotor Avelino Grota, postada numa rede social, é excessivamente racista. Vamos ler alguns trechos: Analisei, ponderei e cheguei a algumas conclusões. Vamos a elas. Pobre, em regra, é feio; babá, em regra, é pobre; logo, babá, em regra, é feia. E negro, como todos sabem, tem o péssimo costume de não dar muita atenção à higiene tanto do corpo quanto da roupa. Em primeiro lugar, o branco é a cor da pureza, e, ao usar roupa branca, a babá, que é feia, se transforma, ficando um pouquinho menos feia porque pureza não combina com feiura e, assim, passamos a dar mais atenção ao puro branco da roupa do que à feiura de quem a veste. Em segundo lugar, roupa branca é a que suja com mais facilidade, e, desse modo, o patrão da babá verá mais nitidamente se a empregada está ou não limpa e, se não estiver, ordenará imediata troca de roupa, precedida, é claro, de um banho, o que tornará a babá menos fedentina. Em terceiro lugar, roupa branca esquenta menos; portanto, a babá suará menos; por conseguinte, federá menos. Em quarto lugar, como geralmente repugna ao bonito dar de cara com o feio, o uso de roupa branca permitirá aos mais sensíveis desviar-se a tempo do caminho, evitando encarar a feia criatura que verga o traje branco. Em quinto e último lugar, a roupa branco também serve para que os novos capitães-do-mato, que nos clubes de ricos, são chamados de seguranças (e, mesmo sendo, em regra, negros, usam roupas pretas), possam ficar de olho nas babás, não para fins libidinosos, como é próprio dessa gente, mas para cuidar de que elas não se sentem em lugares proibidos a babás, não entrem em lugares vedados a babás e mesmo não comam e não bebam comidinhas e bebidinhas que babás não podem e não devem comer e beber.
As declarações do promotor, claro, geraram reações de raiva nas redes sociais. Ele se defendeu, dizendo que foi apenas uma ironia: Fui sarcástico ácido. Detalhe: a postagem foi feita o grupo MP/SP Livre, no Facebook.
Outra polêmica de ontem foi um vídeo da professora Flávia Rita Sarmento, que, inclusive, já esteve no antigo programa de Jô Soares. No vídeo, que circulou em grupos de whatsap e no Facebook, a professora, ao definir o que é analfabeto funcional, afirma que os professores do Nordeste nem alfabetizados são. Essa mesma Senhora, segundo consta, estará em Recife ministrando um curso de redação no dia 08/10. É interessante que o público recifense saiba o que ela pensa dele. Não deixem de ver o video. Faço um acréscimo na minha postagem, esclarecendo que o objetivo não é provocar ofensa verbal, nem disseminar qualquer tipo de preconceito, apenas divulgar algo que já é de domínio público e que serve de alerta para que nós professores, e outros formadores de opinião, tenhamos cuidado com o teor opinativo do que dizemos como se tivesse valor de verdade, alertou a professora da Universidade Federal da Paraíba, Regina Celi.
Linaldo Guedes