Falta exatamente um ano para a eleição dos ocupantes de 1.682 cargos importantes nos poderes Executivo e Legislativo. No dia sete de outubro de 2018, os brasileiros voltarão às urnas para escolher presidente da República e vice-presidente, 54 senadores, 513 deputados federais, 27 governadores e respectivos vices e 1.059 deputados estaduais no país. Mesmo com o calendário avançando, ainda restam pendências do processo eleitoral, devido à aprovação tardia de pontos da reforma política.
Uma das pendências, que depende mais da participação popular do que de regras, é o cadastramento biométrico, que na Paraíba será concluído no dia 30 de novembro mas ainda espera por 308.739 eleitores que não procuraram os postos para se legalizarem. Outra mudança que tende a gerar polêmica é a questão do voto impresso, aprovado pela Câmara Federal mesmo com a informação do TSE de que não há orçamento para gerir o processo. O presidente em exercício do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba, desembargador Romero Marcelo, criticou essa modificação. Ele disse ao jornal “Correio da Paraíba” que a mudança compromete o processo democrático porque acaba com o sigilo do voto.
O eleitorado apto a votar na Paraíba é estimado em 2.900.767. O desembargador Romero comentou, ainda, o rezoneamento eleitoral, que irá extinguir nove seções eleitorais no Estado, observando que a medida não trará qualquer prejuízo aos eleitores. Foram extintas nove zonas eleitorais, “mas por enquanto o eleitor não sofrerá nenhuma solução de continuidade com relação ao processamento, tanto da biometria, quanto da regularização de sua situação eleitoral”, garantiu o magistrado. Na Paraíba, nas eleições do próximo ano, serão escolhidos os sucessores de Ricardo Coutinho e Lígia Feliciano no Palácio da Redenção. O eleitorado decidirá ainda quem ocupará as vagas no Senado atualmente preenchidas por Raimundo Lira, do PMDB, e Cássio Cunha Lima, do PSDB, bem como 12 cadeiras na Câmara Federal e 36 na Assembleia Legislativa.
Em princípio, o cenário pré-eleitoral no Estado registra três alternativas na oposição para concorrer ao governo: o senador José Maranhão, pelo PMDB, o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, pelo PSD, e o prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, pelo PSDB. O esquema governista liderado pelo socialista Ricardo Coutinho apresenta como alternativa a pré-candidatura do secretário de Infraestrutura e Recursos Hídricos, João Azevedo, que até hoje não disputou nenhum mandato político. Ricardo conta como trunfo para eleger Azevedo o preparo dele em torno dos problemas da Paraíba, o que ficará demonstrado em debates. Ao mesmo tempo, os socialistas afirmam que João será beneficiado pela tendência do eleitor de votar em candidatos que não estão envolvidos em escândalos políticos. Uma grande incógnita que ainda permeia o cenário paraibano é sobre a candidatura do governador Ricardo Coutinho ao Senado. Até aqui, ele tem descartado peremptoriamente a hipótese, alegando que poderá permanecer no exercício do cargo até o último dia. Mas nas hostes do PSB a pressão é forte para que Ricardo concorra a uma vaga, fortalecendo os demais candidatos da legenda no pleito futuro.
Nonato Guedes