Um levantamento publicado na edição de hoje do jornal “Correio da Paraíba” mostra que o remanejamento de cadeiras no plenário da Assembleia Legislativa, com licenças requeridas por titulares e a ascensão de suplentes, fez com que municípios interioranos perdessem espaços de representatividade na Casa Epitácio Pessoa, enquanto João Pessoa e Campina Grande adquiriram maior projeção. Pelo menos oito suplentes de deputado estadual encontram-se na titularidade dos mandatos. Além de 12 deputados que tiveram votações majoritárias em João Pessoa, cinco suplentes com atuação na Capital assumiram os mandatos, substituindo representantes do interior. A bancada da Capital foi elevada para 17 num colegiado de 36 representantes.
Uma exceção é o deputado Jutay Meneses, do PRB, que teve a maior votação em João Pessoa e abriu vaga para Emano Santos, do Podemos, também oriundo da Capital. Jutay está no exercício da secretaria de Juventude, Esportes e Recreação da prefeitura de João Pessoa, por gestões políticas conduzidas diretamente com a participação do prefeito Luciano Cartaxo (PSD), interessado em fortalecer o esquema que poderá consolidar sua candidatura ao governo do Estado em 2018. Jáa o deputado Adriano Galdino, do PSB, eleito com expressivas votações em Campina Grande, Pocinhos e Esperança, deixou seus eleitores do interior “órfãos” ao licenciar-se para dar oportunidade ao suplente Raoni Mendes, do Democratas, que até pouco tempo exerceu mandato de vereador em João Pessoa.
Lindolfo Pires, do Democratas, obteve a maioria dos seus votos na cidade de Sousa nas eleições de 2014 mas os eleitores daquela cidade não chegaram a vê-lo no Parlamento neste mandato. Logo no iníciom, ele tirou licença para contemplar o suplente Hervázio Bezerra (PSB), que atua como líder do governo. Lindolfo trocou a cadeira de deputado pela secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico e só deve retornar à Assembleia no início do próximo ano. Já o deputado Tovar Correia Lima, do PSDB, obteve considerável parcela de sua votação nas cidades de Campina Grande e Piancó. Recentemente, resolveu tirar licença para contemplar a suplente de João Pessoa, Eliza Virgínia, do PSDB, enquanto ele passou a ocupar uma secretaria na administração do prefeito Romero Rodrigues, da Rainha da Borborema.
Os deputados licenciados negam que os seus redutos estejam abandonados por causa das suas ausências do plenário da Assembleia. Eles garantem que estão dando a mesma assistência de sempre aos eleitores, principalmente os que ocupam cargos públicos, como secretarias estaduais ou municipais em João Pessoa e Campina Grande. Representante do Picuí, o deputado Rubens (Buba) Germano, do PSB, entregou temporariamente sua cadeira ao suplente Arthur Cunha Lima Filho, conhecido como “Arturzinho”, do PRTB. Picuí e o curimataú “perderam” o seu representante, enquanto Cabedelo, Cacimbas de Dentro e a grande João Pessoa saíram contempladas com a presença do parlamentar. Quem está “na agulha” para requerer licença é o deputado estadual Jeová Campos, do PSB, representante do Alto Sertão, sobretudo da cidade de Cajazeiras, e que terá que se submeter a tratamento de saúde. Nada está definido, ainda, conforme ele mesmo antecipa. Campina Grande ganhou compensações com licenças de alguns titulares. Um caso citado é o do deputado Manuel Ludgério (PSD), o mais votado nas eleições de 2014, com maior votação em Campina. Licenciou-se do mandato para contemplar o suplente Guilherme Almeida (PSC), também baseado em Campina Grande. A manobra levou os suplentes Carlos Batinga e Eva Gouveia a desistirem de representar seus eleitores nas regiões do Cariri e de Campina Grande.