O senador José Maranhão (PMDB-PB) integra um grupo de 14 ex-governadores que se movimentam para voltar a disputar palácios estaduais em 2018. Desse leque fazem parte, por exemplo, Roberto Requião, do Paraná, Roseana Sarney, do Maranhão e Anthony Garotinho, do Estado do Rio. Conforme notícias divulgadas por UOL e “Folha de São Paulo”, os ex-governadores apostam no efeito “recall” que os torna conhecidos e no desgaste de administradores que estão complicados, até, em inquéritos policiais.
Na Paraíba, além de Maranhão, um outro ex-governador é lembrado para disputar o Palácio da Redenção no próximo ano: Cássio Cunha Lima, atual senador pelo PSDB e que eventualmente tem assumido a presidência do Senado. Cássio foi eleito duas vezes – em 2002 e 2006, teve o mandato interrompido pelo TSE em fevereiro de 2009, elegeu-se ao Senado e em 2014 foi derrotado ao enfrentar Ricardo Coutinho (PSB), que se reelegeu ao governo. Maranhão foi vice de Antônio Mariz na disputa em 94; assumiu a titularidade com a morte dele, em 1995. Em 98, candidatou-se ao governo, o que equivaleu a uma reeleição para ele, obtendo vitória acachapante contra Gilvan Freire. Em 2006, perdeu para Cássio Cunha Lima e em 2010 perdeu para Ricardo Coutinho.
Cássio não estimula movimentos para lançamento de sua candidatura ao governo porque tem pretendentes no seu próprio grupo, a exemplo de Romero Rodrigues, prefeito reeleito de Campina Grande e filiado ao PSDB. Em outra frente, o apoio de Cássio é reivindicado pelo prefeito reeleito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD), que está em articulação plena para concorrer ao Palácio da Redenção. Os ex-governadores que pretendem voltar invocam outro fator que os favoreceria – a experiência adquirida à frente do Executivo. Roberto Requião, por exemplo, governou o Paraná por pelo menos doze anos, e diz que para o eleitor “novidade é bobagem”, numa referência a postulantes que se insinuam como João Doria, prefeito de São Paulo, que ambiciona concorrer ao governo do Estado. No Maranhão, caso fosse candidata e caso fosse vitoriosa, seria a quinta vez que Roseana Sarney chegaria ao palácio estadual. Ela é filha do ex-senador e ex-presidente da República José Sarney.
Um quadro apresentado pela revista Veja sobre campeões históricos de impopularidade na política brasileira menciona o atual governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, que estaria com apenas 3% de aprovação, de acordo com pesquisas. Sua gestão está marcada por atraso de salários, crise na saúde, na segurança pública e financeira. A pesquisa Datafolha que apontou sua baixa popularidade saiu neste mês, quando a capital fluminense enfrenta picos de violência, com embates diários entre policiais e traficantes na Rocinha. Pezão tem o mesmo índice dado ao presidente Michel Temer, que alcançou a pior avaliação de um chefe de Estado desde a redemocratização na pesquisa CNI/Ibope três meses depois de a PGR denunciá-lo por corrupção passiva.
Nonato Guedes