O pedido de tropas federais para conter a criminalidade em Campina Grande, formulado pelo vereador Márcio Mello (PSDC), vice-presidente da Câmara Municipal daquela cidade, foi criticado na Assembleia Legislativa até por deputados opositores do governo Ricardo Coutinho e que têm denunciado “abandono” da cidade por parte da gestão socialista. O deputado Renato Gadelha, do PSC, por exemplo, avaliou como exagerada a solicitação. Reconheceu a gravidade do problema da violência em Campina mas disse que não há necessidade da presença das Forças Armadas.
– Acho que a medida de força não será aceita pelo governo federal e pessoalmente acredito que ainda não há necessidade desse recurso extremo – pontua Renato Gadelha. A deputada Estelizabel Bezerra, do PSB, ponderou que a Polícia precisa atuar na área da Inteligência e que os comerciantes de Campina Grande também têm obrigação de contribuir para a garantia da segurança. “Esta é uma demanda que precisa ser compartilhada com segmentos da sociedade”, assinalou a deputada, qualificando de autoritária a solicitação do vereador Márcio Mello.
“A ideia de que o Exército e as Forças Armadas vão ocupar uma função civil é vigente da parte de quem está construindo a possibilidade da sequência de um golpe. Um golpe que primeiro destituiu nosso direito de votar, nossa soberania popular e agora busca fazer com que as instituições percam a credibilidade total e que o Exército seja o salvador da Pátria. O que estamos vivendo aqui não é uma questão isolada, partida aleatoriamente de um vereador”, advertiu Estelizabel Bezerra. O deputado Guilherme Almeida (PSC), culpou o governo Ricardo Coutinho pela onda de violência verificada na Rainha da Borborema e disse que a segurança deve ser realizada pelo Executivo. “Sou favorável à força estadual e acho que o governo tem que se fazer presente, pois Campina Grande está abandonada desse ponto-de-vista”.
De acordo com o deputado Guilherme Almeida, a Câmara dos Dirigentes Lojistas de Campina Grande, uma entidade de classe respeitável, não tem mais a quem recorrer diante dos problemas que estão sendo enfrentados. “Nós temos feito reiterados apelos aqui na Casa e os bandidos continuam atuando impunemente numa cidade sem lei. O Estado tem que tomar providências ao invés do secretário de Segurança ficar discutindo política”, admoestou o deputado Guilherme Almeida.
Nonato Guedes