As novas declarações do senador José Maranhão, presidente do diretório regional do PMDB, insistindo em que o partido terá candidato próprio ao governo da Paraíba nas eleições e 2018 voltaram a agitar os meios políticos, com reflexos, sobretudo, no esquema do prefeito da Capital, Luciano Cartaxo (PSD), que almeja o apoio de uma frente ampla à sua pretensão. Maranhão voltou a colocar à disposição do prefeito os “poucos cargos” que o PMDB tem na administração municipal e destacou que as políticas públicas implantadas pelo gestor da Capital não tiveram a participação do PMDB.
Essa postura de Maranhão, como admitem peemedebistas “em off”, deixa desconfortável o vice-prefeito de João Pessoa, Manoel Júnior, que tem se empenhado em auxiliar Luciano a conseguir recursos federais para obras de infraestrutura e regularmente tem assumido a titularidade do cargo executivo em casos de viagens do prefeito Luciano Cartaxo. Uma sobrinha de Maranhão, a ex-deputada Olenka, ocupa cargo na gestão pessoense. O senador, porém, declarou que o PMDB não se posiciona em defesa de cargos, sejam eles quais forem. “O PMDB entende que participar de um governo significa participar da formulação das políticas públicas e o partido não foi convidado para isso em qualquer gestão”, acrescentou.
Abordado por repórteres acerca da atitude de Maranhão, Cartaxo reiterou o que tem dito: não deseja polemizar em torno de cargos. “Acho que nós temos que debater ideias e projetos que visem o futuro da Paraíba e que possamos colaborar para que João Pessoa eleve os índices de qualidade de vida do nosso povo. Essa é a nossa disposição”, ponderou Cartaxo. Os episódios ocorreram no mesmo dia em que o Psol lançou a candidatura do presidente da legenda, Tárcio Teixeira, ao Palácio da Redenção, e em que o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) abriu mão de ser candidato ao governo para favorecer postulações dos prefeitos de Campina Grande, Romero Rodrigues, ou de João Pessoa, Luciano Cartaxo. O tucano igualmente afirmou que não terá dificuldades em votar em Maranhão no pleito do próximo ano.
– Eu já tive a oportunidade de administrar o Estado por dois mandatos, disputei uma terceira eleição e temos novos nomes que despontam na política paraibana, principalmente os prefeitos Luciano Cartaxo e Romero Rodrigues. Poderei votar em qualquer nome que esteja situado na frente das oposições e tenha consenso para concorrer – enfatizou Cunha Lima, adiantando: “Se estiver (o postulante) nas oposições, tem a disposição do meu voto e de um diálogo em torno das soluções para os problemas da Paraíba. No caso do senador José Maranhão, sua candidatura pode aglutinar na medida em que unifique as oposições. Vamos dar continuidade ao diálogo, mas não existe qualquer tipo de embargo para apoio a qualquer nome”. O senador tucano só não quer conversa com o esquema do governador Ricardo Coutinho, do PSB, a quem acusa de viver tentando insultá-lo. “Ele é perseguidor; persegue os mais pobres, discrimina cidades inteiras pela preferência política de seus líderes. É a forma atrasada dele fazer política”, concluiu Cássio Cunha Lima.
Nonato Guedes