A polêmica em torno das cotas exclusivas para o público LGBT no município de João Pessoa levou o Procurador do Trabalho Eduardo Varandas a usar as redes sociais para criticar a deputada Eliza Vírginia, que pediu a demissão do Coordenador do Programa Transcidadania, Roberto Maia.
“A deputada Eliza é conhecida, no cenário político, por cegueira absurda, quanto aos princípios da dignidade humana e da não-discriminação, sagrados na Carta Magna”, escreveu Varandas em sua página no facebook.
Ele elogiou o trabalho desenvolvido por Roberto Maia e disse que Eliza tem pautado seu mandato por atacar o movimento LGBT. “A postura chega a ser caricata e desprovida de argumentos sólidos a qual mistura religião e política numa visão diabolicamente teocrática do Estado, atingindo, por vezes, o ignóbil”.
Abaixo a postagem:
DESMENTINDO a Deputada Eliza Virgínia que, em acesso de ira e descontrole, acusou o Município de João Pessoa a manter quotas exclusivas para o público LGBT.
A Parlamentar teve a audácia de pedir a demissão do Coordenador do Programa Transcidadania, Dr. Roberto Maia, como se uma autoridade estadual tivesse qualquer ingerência no administração municipal, violentando os matizes mais comezinhos da autonomia dos poderes.
Sua Excelência, a Dep. Eliza é conhecida, no cenário político, por cegueira absurda, quanto aos princípios da dignidade humana e da não-discriminação, sagrados na Carta Magna, . Eis pontos fundamentais dos seus mandatos: vociferar contra LGBTs nas casas legislativas por onde passou e arrigementar votos em igrejas protestantes que apoiam o seu discurso de ódio. A postura chega a ser caricata e desprovida de argumentos sólidos a qual mistura religião e política numa visão diabolicamente teocrática do Estado, atingindo, por vezes, o ignóbil.
Conheço o trabalho de Roberto Maia. O “Projeto Reinserção Social Transcidadania” não patrocina privilégios a qualquer grupo, categoria, classe ou facção social. Visa, com eficiência, a oferecer oportunidades de vida a transexuais, inserindo-o(a)s no mercado de trabalho decente em iguais condições a qualquer ser humano. A grandeza do programa é amparar quem não tem acesso à cidadania e ao emprego, instrumentalizando-se na intermediação com empresas que sempre terão a liberdade de contratar ou não.
Felizmente, o Prefeito Luciano Cartaxo, bom entendedor da laicidade do Estado, refutou, com tranquilidade, a atitude insana da deputada.
Na condição de Procurador do Trabalho, reafirmo a constitucionalidade do programa, aduzindo com segurança que inexiste qualquer malferimento ao ordenamento jurídico vigente. Aliás, o Município do João Pessoa, neste ponto, é vanguardista quanto ao combate ao preconceito e merece destaque e louvor pelo referido projeto.