A sexta-feira amanheceu, nas redes sociais, com muitos usuários comemorando o aniversário do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nascido em Caetés em 27 de outubro de 1945, Lula chega aos 72 anos sem saber se vai ter muito o que comemorar. Mesma dúvida compartilhada por seus fieis eleitores, já que o futuro político do ex-presidente é uma incógnita.
Condenado pelo juiz Sérgio Moro, em decisão que esteve mais para espetáculo midiático do que para consequência de ritos processuais jurídicos normais, Lula recorre na Justiça, mas não sabe se logrará êxito. No seu caso específico, tudo pode acontece, inclusive nada. Pode ser condenado à prisão, o que, caso ocorra, deve ser um fato que dividirá o país ao meio. Também pode ser condenado a pagar uma pena em liberdade, como acontece atualmente após a primeira condenação de Moro. E pode, fato mais difícil de acreditar, ser absolvido pela Justiça e ficar livre para disputar as eleições do ano que vem, voltando ao Poder nos braços do povo e com o status de salvador da pátria, repetindo o que já ocorreu com Getúlio Vargas em 1951.
Apesar de não estar alheio a todas essas possibilidades, Lula continua sua luta política. Esta semana, retomou suas caravanas Lula pelo Brasil, como elas estão sendo definidas. Depois do Nordeste, agora foi Minas Gerais. Na caravana, visita a rincões dos interiores mineiros e discursos políticos no melhor estilo Lula: Eu vou brigar até as últimas consequências para ser candidato; se for candidato, eu vou ganhar, e quando eu ganhar, esse País vai voltar a sorrir”, afirmou em uma das cidades.
Independente das projeções que se façam para 2018, Lula sempre será um caso atípico na política brasileira. E não apenas por ser um operário analfabeto que chegou a presidência da República. Mas, principalmente, pela coragem que teve de enfrentar de igual para igual os tubarões da política nacional, as oligarquias que teimam em resistir, as elites que não largam o osso. Ademais, conseguiu governar um país tão cheio de desigualdades priorizando o social não com esmolas, como alegam os seus críticos ao questionarem o Bolsa Família, mas com ações concretas e corajosas, a exemplo do Mais Médicos. Não é à toa que esta semana a imprensa divulgou informações de que o Brasil voltou a aumentar o número de pobres. Lula errou muito, enquanto presidente, enquanto líder político. Isso não o impede de ser um mito, um nome que entrou definitivamente para a história na base do ame ou odeie.
Linaldo Guedes