A Procuradora-Geral da República Raquel Dodge endossou os termos da denúncia formal apresentada contra o senador José Agripino Maia (DEM-RN) em inquérito aberto para apurar o recebimento de propinas relacionadas a obras da Arena das Dunas, estádio de Natal, que sediou jogos da Copa do Mundo de 2014. A acusação envolvendo Agripino, que é presidente nacional do Democratas, envolve aspectos referentes a corrupção passiva e lavagem de dinheiro, atribuídas com base em relatório da Polícia Federal indicando o recebimento de R$ 2 milhões de propinas da construtora OAS, por José Agripino, que também foi governador do Rio Grande do Norte. Originalmente, a denúncia remonta ao período em que Rodrigo Janot estava à frente da Procuradoria-Geral da República.
O senador pelo vizinho Estado divulgou nota comentando as acusações contra ele e lamentando que tenham sido desconsiderados os argumentos apresentados por sua defesa, não obstante se constituírem em peças fundamentadas. Manifestou, entretanto, a sua confiança em que “a verdade virá à tona” na sequência do desenrolar das investigações e da tomada de depoimentos, bem como da coleta de informações a respeito. Além do senador “democrata”, os autos mencionam o envolvimento do empresário Léo Pinheiro, da OAS, em irregularidades verificadas numa operação de financiamento do BNDES destinado à execução de obras na Arena das Dunas.
Por outro lado, o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, do DEM-RJ, que está em visita a Israel, afirmou, ontem, em Jerusalém, que “não dá para escapar” da votação da reforma da Previdência no âmbito daquela Casa. Ele foi enfático ao comentar o assunto: “Não podemos chegar como estamos em 2019, pois isso exigiria uma reforma muito mais dura do que a de hoje. Tenho alertado: não podemos chegar à situação da Grécia e de Portugal, que foram obrigados a cortar a aposentadoria”. Maia também afirmou que acredita que em breve receberá o projeto de privatização da Petrobras. “Teremos pela frente temas que geram muito debate. Vamos ver o que mais será possível votar ainda neste ano”.
Já o ministro da Fazenda, Henrique Meireles, expressou ontem que a aprovação da reforma da Previdência em 2018, um ano eleitoral, será muito difícil. Ele defendeu a aprovação da proposta ainda em 2017 no programa Por Dentro do Governo, da TV NBR. “O próximo ano é eleitoral e é muito difícil a aprovação de medidas desse porte. Ao mesmo tempo, é muito importante que a aprovação seja feita neste governo. Teremos eleição no ano que vem, haverá um novo governo tomando posse e qualquer governo terá que fazer a reforma. Se não for feito agora, será o primeiro desafio do próximo governo”, ponderou.
Nonato Guedes, com agências