O ex-senador Efraim Morais, presidente do diretório estadual do Democratas, admitiu que estão ocorrendo entendimentos com o deputado federal Veneziano Vital do Rêgo com vistas a atraí-lo para o partido, diante da insatisfação que ele tem manifestado com o PMDB. Morais não confirma, porém, versões de que Veneziano seria o candidato do DEM ao governo do Estado, observando que o compromisso do partido é o de se compor com a pré-candidatura do secretário João Azevedo, do PSB.
– Nós ainda temos que definir sobre como os avanços irão acontecer, mas independente de Veneziano vir para o partido, o Democratas quer dispor de cacife que o habilite a ser levado em conta na composição da chapa majoritária nas eleições de 2018 – assinalou Efraim Morais. A lealdade ao governador Ricardo Coutinho, principal estrela do PSB, está mantida de forma irreversível e o DEM se preocupa em fixar os termos de coligações a nível federal e a nível estadual. “Temos que saber quais são os times e os jogadores e, para tanto, estamos trabalhando com paciência”, enfatizou Morais.
Pessoalmente, o dirigente do DEM não se coloca como alternativa para concorrer ao Senado. Seu empenho, em termos familiares, será pela reeleição do filho, o deputado federal “Efraito”, que vem tendo, conforme as avaliações, um desempenho excelente na Câmara, com participação acentuada nas discussões das graves questões institucionais em pauta. Até agora, não houve uma resposta oficial do deputado Veneziano ao convite para ingressar no Democratas.
Prefeito de Campina Grande por duas vezes, Veneziano acumula queixas em relação à cúpula estadual peemedebista, que não teria lhe dado apoio firme em 2014 quando intentou candidatar-se ao governo do Estado e acabou abrindo mão, tendo a vaga sido ocupada pelo irmão, o hoje ministro do Tribunal de Contas da União, Antônio Vital do Rêgo. Ultimamente, Veneziano entrou na alça de mira da Executiva nacional do PMDB, que o puniu com afastamento do exercício de funções administrativas no partido em virtude de ter votado, por duas vezes, pelo acolhimento da denúncia formulada pelo Ministério Público Federal contra o presidente Michel Temer, sugerindo investigação do mandatário por acusações de corrupção passiva e obstrução da Justiça.
Veneziano argumentou que agiu de acordo com sua consciência e, ao mesmo tempo, em sintonia com manifestações populares que questionam o governo do presidente Michel Temer. No episódio da suspensão do exercício de atividades administrativas na órbita do PMDB, Veneziano contou com solidariedade irrestrita do senador José Maranhão, presidente regional, e do senador Raimundo Lira, que consideraram rigorosa demais a penalidade imposta. Ainda assim, a direção nacional peemedebista não recuou das deliberações, criando para Veneziano o que ele mesmo chamou de “situação insustentável” nas fileiras peemedebistas.
Nonato Guedes