Em pelo menos seis Estados os líderes do Partido dos Trabalhadores e do PMDB “engrenam” conversas para o reatamento de alianças nas eleições previstas para o próximo ano. Se isto ocorrer, equivalerá à superação, por parte dos petistas, da “rixa” com o PMDB motivada pelo impeachment de Dilma Rousseff, que culminou com a ascensão do peemedebista Michel Temer, ex-vice-presidente de Dilma, ao mandato titular. Temer tem sido constantemente chamado de “golpista” pelos agrupamentos mais radicais do petismo. Mas expoentes como Luiz Marinho, que atua no sindicalismo na região do ABC paulista, pregam abertamente que a página seja virada e que o reatamento das alianças seja debatido sem passionalismo.
Na Paraíba, os petistas estiveram aliados ao PMDB na campanha majoritária de 2006. Na ocasião, o senador peemedebista José Maranhão disputou novamente o governo do Estado, tendo como vice Luciano Cartaxo, que era filiado ao PT e exercia mandato de deputado estadual. Em fevereiro de 2009, o Tribunal Superior Eleitoral acatou ações propondo a cassação do mandato do governador Cássio Cunha Lima (PSDB) por conduta vedada e improbidade administrativa e convocou os integrantes da chapa colocada em segundo lugar na disputa de 2006 para se investirem na titularidade. Foi assim que Maranhão e Cartaxo se assenhorearam do Poder, complementando o mandato originalmente conquistado por Cunha Lima, que se disse vítima do “maior erro judiciário da História”.
Em 2016, Luciano Cartaxo, que deixou os quadros do PT e ingressou no PSD, candidatou-se à reeleição como prefeito de João Pessoa, tendo como vice o ex-deputado federal peemedebista Manoel Júnior. A chapa foi vitoriosa e derrotou o esquema do governador Ricardo Coutinho (PSB), que lançara a professora Cida Ramos. O PSDB do senador Cássio Cunha Lima manifestou apoio a Cartaxo, embora sem participação na chapa. No que diz respeito ao PT, a legenda, na Paraíba, se aproximou do governador Ricardo Coutinho, lisonjeada com seu gesto de apoiar Dilma Rousseff no difícil momento do impeachment e de ter ciceroneado o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando este veio à Capital paraibana como parte da Caravana empreendida por Estados do Nordeste e que, agora, já alcança o território de Minas Gerais. Os petistas paraibanos continuam cortejando o governador Ricardo Coutinho, que por sua vez corteja o senador José Maranhão, que se lançou pré-candidato pelo PMDB ao governo do Estado. A perspectiva de uma mega coligação formada por PMDB, PSB e PT na Paraíba é tida como viável, na esteira dos desdobramentos da conjuntura nacional, embora a formação da chapa venha a se constituir em dor de cabeça para os expoentes dessas legendas.
Nonato Guedes, com agências