Em clima de consenso, o PSDB paraibano fará convenção sábado para homologar a nova executiva estadual, atualmente presidida pelo ex-deputado federal Ruy Carneiro. A previsão é de que Ruy seja reconduzido ao cargo com a missão de estruturar a agremiação para as eleições de 2018. O PSDB ainda não decidiu se lançará candidatura própria ao governo, insistindo na formação de uma frente de oposição para derrotar o esquema do governador Ricardo Coutinho, do PSB. Mas o nome do prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, do PSDB, é citado como alternativa ao governo pelo senador Cássio Cunha Lima, juntamente com o nome do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, do PSD.
No âmbito nacional, o senador pelo Ceará Tasso Jereissati oficializou ontem sua candidatura à presidência, prometendo criar um novo código de ética para o partido e contratar auditoria externa para fiscalização de seus integrantes. O anúncio foi feito em meio a uma divisão interna na agremiação, que tem também o governador de Goiás, Marconi Perilo, como postulante ao cargo. A convenção nacional está marcada para nove de dezembro e Tasso Jereissati já vem ocupando em caráter interino a presidência do PSDB em substituição a Aécio Neves, que estava afastado do exercício do mandato parlamentar. Aécio reassumiu a cadeira mas não a direção partidária diante de apelos para não provocar desgaste maior aos tucanos.
A proposta de autocrítica é encarada pela ala ligada ao senador Aécio Neves como uma afronta ao mineiro, Licenciado desde maio da presidência, ele foi gravado em março pelo empresário Joesley Batista, da JBS e denunciado à Justiça. O senador Tasso Jereissati procurou negar a existência de um “racha” entre os tucanos, afiançando que a discussão interna mostra que a legenda “percebe o que acontece nas ruas” e isso demonstraria que o partido “está vivo e atuante”. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, porém, tem feito observações e declarações que assinalam o ambiente de discórdia e a dificuldade de convergência de posições no ninho.
A maior controvérsia existente no PSDB diz respeito ao relacionamento do partido com o governo do presidente Michel Temer (PMDB), diante de opiniões favoráveis e opiniões contrárias à hipótese de rompimento com a gestão atual. Temer conta com a sustentação do PSDB para se manter no cargo – e até agora tem escapado de investigações sobre corrupção devido à postura da maioria dos parlamentares na Câmara, inclusive tucanos, quanto à autorização para formalização da denúncia. Mas o próprio Temer avalia que sua situação é instável caso perdure a divisão interna no âmbito do PSDB. Do ponto de vista da sucessão presidencial, os tucanos ainda não têm qualquer posicionamento para 2018, pretendendo aprofundar a discussão a partir das bases estaduais.
Nonato Guedes