A menos de um ano da eleição no Brasil, pré-candidatos à presidência da República fazem da falácia e do populismo barato o motor da campanha antecipada. É o que revela uma instigante reportagem da revista “Istoé”, prevenindo que na era dos robôs e das redes sociais, bem como das fake news, vale tudo para iludir novamente o cidadão ou cidadã que poderá influenciar na escolha dos seus representantes e, por via de consequência, dos governantes deste amado país. Candidatos ou candidatas lançam mão de mentiras sem nem mesmo corar a face, adverte a matéria assinada por Octávio Costa e Tábata Viaplana.
O pior é que esse ambiente mentiroso dissemina-se entre os extremos – do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao direitista Jair Bolsonaro, passando por Ciro “pavio curto” Gomes. A rigor, a rigor, não deveríamos estar surpresos porque a falácia ou a mentira constituem ingredientes incorporados definitivamente à nossa cultura política. Mas há pessoas no âmbito da sociedade que ainda querem ter um fio de esperança em algum tipo de mudança que possa se verificar no Brasil. E, no entanto, esse público também está sendo sacudido para a realidade dolorosa que vem aí.
Pincelo da reportagem da “Istoé” alguns pontos cardeais da fábrica de bazófias que bombardeia o eleitor. Disse o ex-presidente Lula: “A gente não quer que esse País se desenvolva para o Sr. Joesley Baptista ficar milionário, mas para o povo viver melhor”. Bacana, certo? Ocorre que a realidade é outra. Foi no governo de Lula da Silva que a JBS, do Joesley, conseguiu financiamentos bilionários do BNDES e em dez anos elevou o seu faturamento para R$ 170 bilhões. Era de R$ 4 bilhões esse faturamento. Há mais. Lula afirmou: “Nós aprendemos a não ter ódio, pois quem tem ódio tem azia”. A verdade: Lula ataca investigadores da Operação Lava Jato e o juiz Sergio Moro, da Décima Terceira Vara de Curitiba, sempre que tem oportunidade. Chegou a chamá-los de “canalhas”. Além disso, é o criador do discurso do “nós contra eles”.
O queiridinho da direita, Jair Bolsonaro, ao criticar a reforma da Previdência, defendeu exposição maior dos bancos em vez de tirar o sangue dos aposentados, e questionou onde estaria o sacrifício do sistema financeiro. Solidário pra caramba o Bolsonaro, não é não? Ocorre que, na realidade, se dá que no governo da presidente Dilma Rousseff o Bolso foi o único deputado do PP a votar contra o aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido para bancos. Querem outra pérola do Naro? “Minha briga nunca foi contra o homossexual”, disse ele. Então! Jair Bolsonaro é autor de frases polêmicas contra a comunidade LGBT. Exemplos? “Se eu vir dois homens beijando na rua, vou bater”. Lá na frente: “O filho começa a ficar assim meio gayzinho, leva um coro e já muda o comportamento”. Enfim: “Ninguém gosta de homossexual, apenas suporta!”.
E o Ciro Gomes, meu Deus do Céu….”É uma audácia dizer que há déficit na Previdência” – espetou ele. A realidade? O rombo na Previdência é irrefutável. Em 2016, o déficit foi de R$ 149,7 bilhões. Para este ano, espera-se um resultado negativo de R$ 188,8 bilhões. Ciro Gomes afirmou ainda que uma das metas do seu governo, se eleito, seria ajudar a tirar do buraco 23 dos 27 Estados que estão quebrados no país. Tadinho do Ciro, é muita desinformação…De acordo com a Firjan, apenas cinco Estados não tinham, em 2016, recursos em caixa para honrar os compromissos: Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Sergipe e Distrito Federal. A respeito da Lava Jato, Ciro proferiu: “Sou a favor e nunca deixei ninguém duvidar disso”. Tadinho, quanta amnésia. Em março, ele havia dito que receberia à bala a turma de Sergio Moro, caso viesse a ser alvo da operação.
Vamos aguentar mais, não é verdade? Pois é! Melhor nos prepararmos para o festival de mentiras e sandices a caminho!
Nonato Guedes