O governador Ricardo Coutinho (PSB) desdenhou, ontem, da apregoada unidade das oposições para apoio à candidatura do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD) ao governo como estratégia para derrotar o esquema situacionista. “Há muita conversa fiada por trás dessa estória de unidade. Eles não apresentaram nada, é tudo factóide. Desconfiam uns dos outros e, também, continuam querendo conversar comigo” – alvejou Ricardo, comentando a presença do senador José Maranhão (PMDB), do prefeito Luciano Cartaxo e de Cássio Cunha Lima na convenção que reelegeu Ruy Carneiro ao comando estadual do PSDB no fim de semana.
Para o chefe do Executivo, as alegadas conversas entre expoentes oposicionistas “não acrescentaram um pé de coentro a mais num suposto projeto convergente”. E emendou: “Os que desconfiavam dos outros continuarão desconfiando e cada um jogará com seu time para ver se conseguem chegar até às eleições. Nós não perdemos nada e vamos ganhar muita gente”. Coutinho rebateu as declarações do prefeito Luciano Cartaxo de que é iminente o fim do ciclo do PSB na política paraibana e adiantou que o seu grupo político tende a crescer para disputar as eleições. O governador ressaltou que está tranquilo acerca da possibilidade de aliança entre os socialistas e o PMDB do senador José Maranhão para o pleito. “Deixa a água rolar por baixo da ponte. A hora é de trabalhar e as pessoas estão atentas”, alfinetou o gestor socialista.
Em outra frente, o governante paraibano reafirmou críticas à decisão da Justiça de suspender a tramitação do Projeto de Lei Orçamentária para o exercício de 2018 no plenário da Assembleia Legislativa. Alegou que se tivesse fundamento a justificativa dada pelo Judiciário, de que a redução do duodécimo é injusta – o mesmo serviria também para o Poder Executivo, que é quem vai executar o Orçamento do próximo ano com um percentual bem menor do que o de outros poderes. “Agora, só resta aguardar nova determinação. Não posso fazer nada. Mas se fosse assim eu também deveria entrar na Justiça alegando que o Executivo precisa de aumento, pois quem mais perdeu foi parte do Executivo. Se for preciso, entro na Justiça para fazer valer o direito”. Ricardo disse não acreditar que a economia se faça na base da canetada, mas, sim, pelo impulso ou pela arrancada produtiva.
Nonato Guedes