O senador José Maranhão, presidente do diretório regional do PMDB, confessou que está trabalhando em silêncio, “como mineiro”, para viabilizar a sua candidatura ao governo do Estado no próximo ano. Textualmente, assinalou: “Quem quer ser candidato não pode dormir e, se dormir, é com um olho fechado e outro aberto”. O parlamentar ressaltou que está aproveitando toda a disponibilidade de tempo para fazer consultas às bases em regiões estratégicas e ao mesmo tempo dialogar com setores da sociedade acerca das suas demandas mais urgentes.
Maranhão foi enfático ao dizer também que o PMDB não abre mão da candidatura do senador Raimundo Lira à reeleição, realçando o valioso trabalho que ele empreende no Congresso, onde assumiu a titularidade com a renúncia de Vital do Rêgo para ocupar cargo de ministro no Tribunal de Contas da União. No entendimento de Maranhão, que já foi governador em três ocasiões, a oposição está unida e os questionamentos que têm sido feitos sobre uma aliança oposicionista são impulsionados por governistas que querem agradar ao governador Ricardo Coutinho (PSB) e ao seu candidato, o secretário João Azevedo, da Infraestrutura e Recursos Hídricos.
A posição de Maranhão não é consensual dentro do PMDB, onde o vice-prefeito de João Pessoa, Manoel Júnior, insiste na unidade em torno da candidatura única do prefeito Luciano Cartaxo (PSD) ao Palácio da Redenção. Manoel Júnior legisla em causa própria, já que seria beneficiado com uma virtual eleição de Cartaxo ao governo, passando a assumir o restante do mandato na prefeitura e credenciando-se a disputar futuramente a reeleição ao cargo. A posição de Júnior tem sido respeitada pelo próprio Maranhão, que, no entanto, observa a necessidade do PMDB voltar ao protagonismo, apresentando candidatura própria à sucessão. Maranhão tem sido cortejado por interlocutores do governador Ricardo Coutinho para conversas que resultem num entendimento, preparatório à coligação em 2018. Não há confirmação de que tenha ocorrido evolução nessas conversas.
Enquanto isso, os peemedebistas paraibanos têm sido convocados pela cúpula nacional a se engajar à estratégia de defesa do presidente Michel Temer, ensaiada a nível nacional nos horários reservados à propaganda partidária e que tende a ser intensificada cada vez mais, com o objetivo de tentar melhorar a imagem do mandatário, que tem um dos mais elevados índices de rejeição na história democrática. O próprio presidente Michel Temer incentiva peemedebistas e aliados de outros partidos a massificarem o argumento de que ele teria vencido uma “trama” para derrubá-lo. Em paralelo, ênfase será dada aos bons resultados da economia que, conforme o Planalto, já estão repontando no horizonte.
Nonato Guedes