As atitudes e reações do prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSDB), sinalizam para analistas e líderes políticos uma constatação: ele não “enrolou” a bandeira como pré-candidato ao governo do Estado em 2018, como definiu a colunista Lena Guimarães, do Correio da Paraíba. Bombardeado por rumores e insinuações de que está definido a abrir mão do projeto em favor do prefeito da Capital, Luciano Cartaxo, do PSD, Rodrigues tomou medidas administrativas de contenção de gastos, ontem, reduzindo despesas com cargos comissionados, diárias, locações e telefone. O corte começou pelo seu próprio salário, que é de R$ 20 mil e passará a ser de R$ 16 mil a partir deste mês.
Em termos políticos, o alcaide campinense, que foi reeleito em primeiro turno em 2016, assevera que continua defendendo que o PSDB assuma o protagonismo no processo eleitoral no próximo ano, mantendo a pré-candidatura própria e lutando pelo fortalecimento do bloco das oposições. “É ruim quanndo uma legenda abre mão de se autoafirmar num cenário extremamente importante para a história do Estado como o de 2018”. As reações de Rodrigues estão sendo interpretadas como recado de que ele julga ter cacife para também postular o Palácio da Redenção e que está disposto a mobilizar os tucanos para apoiá-lo na empreitada.
A convenção estadual do PSDB em João Pessoa, nos últimos dias, em que o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, emergiu no noticiário como a estrela maior, embora seja de outro partido, mexeu com os brios de Romero e outras lideranças tucanas e levou o senador Cássio Cunha Lima a frisar que não há, ainda, definição de candidatura única e que os entendimentos devem prosseguir. A respeito dos cortes anunciados na administração municipal de Campina, Romero atribuiu-os à redução do Fundo de Participação dos Municípios. “Fui obrigado a fazer isso para não atrapalhar a gestão”, explicitou, descartando, porém, demissões em massa.”Não fugimos dos desafios nem fazemos politicagem”, expressou Romero Rodrigues. E lembrou que em 2015 também adotou medidas de contenção para poder dar sequência aos serviços prestados à população.
O clima de desalento com cortes de recursos por parte do governo federal atinge prefeitos de outras cidades paraibanas e eles têm a esperança de que o Planalto acate pedido da Confederação Nacional dos Municípios para liberar recursos extras neste fim de ano. Comentando o modelo administrativo adotado na Rainha da Borborema, Romero alertou não ter dúvidas de que ele pode ser replicado em nível estadual no que tem de excelência e resultados. “Também não tenho dúvida nenhuma de que este critério, com outros importantíssimos nesses novos tempos, serão fundamentais para o crivo das urnas”, finalizou.
Nonato Guedes