O deputado federal Alexandre Baldy, do Podemos-GO, indicado pelo presidente Michel Temer para o ministério das Cidades, enfrenta complicações em esquema ilegal associado à contravenção. Ele é mencionado em inquérito que foi instaurado para apurar o envolvimento do contraventor Carlos Augusto Ramos, o “Carlinhos Cachoeira”, em práticas ilícitas de bingos, o que ocasionou uma CPI que teve como expoente o ex-deputado federal e ex-senador paraibano Efraim Morais, do Democratas. Na época, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou desqualificar a investigação parlamentar, tachando a Comissão de Inquérito de “CPI do fim do mundo”.
Alexandre Baldy foi escolhido para substituir Bruno Araújo, do PSDB-PE, que se sentiu pressionado pela cúpula tucana a pedir exoneração. A pasta passou a ser reivindicada pelo Partido Progressista, PP, que já a ocupou inclusive no governo de Dilma Rousseff, tendo como titular o deputado federal paraibano Aguinaldo Ribeiro, hoje líder do governo Temer naCâmara. De acordo com versões oriundas de Brasília,Alexandre Baldy assumiria o ministério com o compromisso de se desligar do “Podemos” para ingressar no PP. A cúpula pepista insiste em controlar o ministério das Cidades por avaliar que terá peso fundamental nas eleições do próximo ano, mediante reflexos colaterais ou indiretos da sua ação e do orçamento fantástico que possui.
Os indícios envolvendo supostamente Alexandre Baldy datam de 2012, mas o parlamentar já esclareceu, quando confrontado com as informações, que elas eram improcedentes e assegurou não conhecer delatores que o citaram a autoridades nem tampouco possuir ligações com figuras do submundo do crime como Carlos Augusto, o Carlinhos Cachoeira. Na época do fogo cruzado do Palácio do Planalto contra a CPI dos Bingos, como foi denominada, o paraibano Efraim Morais salientou que as manobras de bastidores para inviabilizar o trabalho de investigação não ofuscaram os indícios concretos de corrupção detectados nos depoimentos colhidos pelos integrantes da Comissão. O preenchimento da Pasta das Cidades é encarado como o pontapé para a reforma ministerial que o presidente Michel Temer pretende levar adiante, inclusive, aproveitando o fato de que muitos dos atuais ministros precisarão se desincompatibilizar para concorrer a mandatos eletivos em 2018. De sua parte, Temer não quer que haja solução de continuidade, daí ter intensificado nas últimas horas as negociações com partidos políticos para definições que são tidas como urgentes ou prioritárias.
Nonato Guedes, com agências