O senador Tasso Jereissati (CE) e o governador de Goiás Marconi Perillo retiraram seus nomes, ontem, da disputa pela presidência nacional do PSDB em favor do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. O PSDB chegou a um acordo depois de quase um mês de disputa interna pelo comando tucano, que teve como um dos expoentes o senador por Minas Gerais Aécio Neves. Alckmin externou a confiança, a partir de agora, em soluções para os impasses experimentados pela agremiação e revelou que vai se empenhar decisivamente para que a unidade prevaleça na disputa eleitoral do próximo ano.
Alckmin tem pretensão de ser indicado novamente candidato pelo PSDB à presidência da República, levando em consideração que os senadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG) estão aparentemente “queimados” e sem cacife para obter apoios internos. O racha no PSDB começou com as divergências em torno do apoio ao governo do presidente Michel Temer e às medidas defendidas por ele. Houve gestões, inclusive, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, para agregar a sigla mas a divisão perdurou, agravada por manobras do senador Aécio Neves em relação ao comando da direção tucana. A ala anti-governista acusou Aécio de estar sendo instrumento do Palácio do Planalto para o divisionismo no PSDB.
Tasso Jereissati é tido como expoente do agrupamento crítico ao governo do presidente Michel Temer e propõe que o partido faça um discurso de “mea culpa”, criticando a prática de troca de cargos por apoio político que tem sido disseminada. Enquanto isso, a candidatura de Perillo havia sido costurada com o apoio de Aécio Neves, licenciado da presidência do partido desde que se tornou alvo da delação de executivos da JBS. Alckmin já vinha indicando que aceitaria ser candidato ao comando da sigla se Tasso e Perillo saíssem da disputa. O primeiro sinal veio de Tasso, com quem o governador conversou na última quinta-feira. No domingo, Perillo esteve em São Paulo a convite do ministro Gilberto Kassab, das Comunicações, presidente nacional do PSD, para um jantar com o presidente da Petrobras, Pedro Parente. Foi então chamado para uma conversa no Palácio dos Bandeirantes. O governador de Goiás disse que consultaria o seu grupo de apoio mas que seria natural apoiar o pleito do governador paulista. Perillo disse à Folha de S. Paulo: “Seria incoerente da minha parte, seria ilógico se,depois de pregar a unidade o tempo todo não tivesse disposição de colaborar na busca do consenso”.
Nonato Guedes,com agências