O empresário José Paulino de Assis desmentiu, ontem, o prefeito afastado de Bayeux Berg Lima (sem partido) e sustentou que o dinheiro que entregou a ele numa cena documentada em vídeo foi para pagamento de propina e não de empréstimos. Recém-salto do Batalhão da PM em João Pessoa, Berg Lima anunciou que iria provar ter sido vítima de armação, jurando que a quantia recebida do empresário era proveniente de pagamento de dívidas.
O vídeo comprometendo Berg Lima ocasionou o seu afastamento do cargo, a sua prisão em Batalhão da PM e a instauração de processo na Câmara Municipal para a cassação do mandato, atualmente ocupado pelo vice Luiz Antonio, do PSDB. Berg também foi penalizado com a sua expulsão do quadro do “Podemos” pela Executiva Nacional depois de ter em mãos farto material que o incrimina. Além de fornecer alimentos à prefeitura, o empresário José Paulino é proprietário de um restaurante onde Berg Lima foi preso em flagrante no dia cinco de julho.
A comissão processante da Câmara de vereadores de Bayeux, que apura a denúncia com potencial para resultar na cassação do mandato do prefeito afastado, tomou depoimentos de várias pessoas e do empresário acusador de ser vítima de extorsão. O depoimento de José Paulino de Assis durou mais de duas horas e ele reafirmou o teor da denúncia formulada junto ao Ministério Público. A comissão ouviu igualmente dois policiais que participaram da operação resultante no flagrante e consequente prisão de Berg. Segundo o jornal “Correio da Paraíba”, o advogado Raoni Vita, que atua na defesa de Berg Lima, considerou a audiência de ontem extremamente positiva para reforçar argumentos em favor do seu constituinte.
Para o advogado, ficou patente que o empresário afirmou não possuir qualquer prova da suposta extorsão e que o único elemento existente é sua palavra, seguida do célebre vídeo, que circulou em redes sociais, “no qual não consta qualquer espécie de negociação ou combinação de valores”. E acrescentou: “Ele mentiu descaradamente em diversos momentos, tendo imediatamente sido confrontado com provas cabais e documentos da inverdade”. De acordo com Raoni Vita, o empresário informou inicialmente que jamais havia pedido qualquer empréstimo a Berg Lima ou a auxiliares dele.
Nonato Guedes