Em meio à polêmica desencadeada em Brasília sobre o período para votação do projeto do governo versando sobre a reforma da Previdência, o deputado federal paraibano Aguinaldo Ribeiro (PP), líder do governo, foi taxativo: “A definição da data deve ser feita por quem pauta e não é o governo que pauta. São os presidentes das Casas do Congresso. Eu, como líder do governo, não pauto o presidente da Câmara. Temos que esperar o presidente Michel Temer, o deputado Rodrigo Maia e o senador Eunício Oliveira terem essa definição”, salientou o parlamentar.
A controvérsia eclodiu ontem depois que o líder do governo no Senado, Romero Jucá, do PMDB-RR, anunciou que a votação da reforma ocorreria somente em fevereiro do próximo ano, com isto provocando correria do próprio governo para desmentir. No meio da tarde, por meio de uma nota de sua assessoria, Jucá afirmara que a aprovação da reforma ainda é incerta, apesar do apoio crescente entre os deputados. De acordo com ele, o adiamento da votação teria sido acertado entre os presidentes da Câmara, Senado e Palácio do Planalto. Em princípio, avaliou o senador, a apreciação da proposta fica para fevereiro, mas pode ocorrer em janeiro caso haja um entendimento entre Maia e Eunício para convocação extraordinária do Congresso.
Não deu tempo de todos assimilarem a notícia – os desmentidos e opiniões contrárias começaram a ser disparadas por todos os lados. O vice-líder do governo, Beto Mansur, do PRB-SP, negou que haja um acordo entre os líderes para a votação da Previdência. Frisou que como a matéria será votada inicialmente na Câmara quem tem que dar a palavra final é o presidente Rodrigo Maia, do DEM-RJ. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que não houve decisão do governo em votar a reforma somente em fevereiro. Para ele, o anúncio de Romero Jucá foi apenas uma opinião pessoal. “Não há decisão ainda. Continuamos trabalhando e temos como objetivo votar o mais rápido possível. Se possível ainda, de fato, na semana que vem”, expressou. Meirelles salientou que acha respeitável a opinião de Romero Jucá, que tem muita experiência e bom senso. Mas a atuação dele é centrada no Senado e não na Câmara.
Nonato Guedes