O ex-ministro e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, pré-candidato a presidente da República pelo PDT, estará amanhã na Paraíba para proferir palestras tendo como tema “Um novo rumo para o Brasil”. Ciro falará a partir das 14h em Campina Grande e a partir das 19h em João Pessoa. A vice-governadora Lígia Feliciano e seu marido, o deputado federal Damião Feliciano, presidente do diretório estadual do PDT, serão os anfitriões de Ciro, que conta, também, com um grupo de apoiadores voluntários, que mantém página na internet com ideias e afirmações do ex-ministro.
Ciro tem mantido um posicionamento autônomo e crítico em relação à conjuntura nacional. Faz críticas ao Partido dos Trabalhadores mas também ataca o governo do presidente Michel Temer, que, na sua opinião, tem idealizado projetos com supostas reformas “que na verdade retiram direitos adquiridos pelas categorias mais sofridas do povo brasileiro”. Ele tem feito uma cruzada, especialmente, contra a reforma da Previdência, fazendo o debate que, a seu ver, o governo não fez com segmentos da sociedade, a despeito da controvérsia da questão e da sua repercussão sobre a vida das pessoas.
O posicionamento de Ciro é de que reformas são necessárias, mas devem ser discutidas democraticamente e não impostas pelo governo, como vem sendo feito pela gestão de Michel Temer. Salienta que houve ausência de debate quanto às reformas fiscal e trabalhista e que a fórmula se repete,agora, com a reforma da Previdência. Ele também critica parlamentares de diferentes partidos que, a seu ver, ainda insistem em serem submissos ao Palácio do Planalto em troca de vantagens, ainda que à custa do sacrifício dos interesses populares. A dificuldade em obter consenso para aprovação da reforma previdenciária na Câmara já levou o presidente Michel Temer a adiar definições para o próximo ano.
O Planalto passou a levar em consideração nas últimas horas uma proposta do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) no sentido de que seja adotada uma regra de transição para aqueles que ingressaram no serviço público antes de 2003. Na mídia nacional, a versão é de que 1 milhão de servidores aposentados geram um déficit de R$ 77 bi/ano, enquanto 30 milhões de aposentados do setor privado geram outros R$ 150 bi/ano. O deputado federal paraibano Aguinaldo Ribeiro, do PP, líder do governo na Câmara, que tem participado das articulações em torno da reforma da Previdência, acha que o governo está sendo extremamente cauteloso em relação à matéria de forma a não prejudicar categorias de inativos.
Nonato Guedes