O ano de 2017 foi marcado por puxadas de tapete em comandos partidários na Paraíba, levando deputados e políticos sem mandato a buscar saídas de emergência para sobreviver e garantir direito de disputa nas eleições do próximo ano. Um dos primeiros que se disse vítima de armações foi o deputado Janduhy Carneiro, que teve de recorrer à Justiça para manter-se na presidência do Podemos. A tentativa de destituí-lo contou com o aval do diretório nacional. A Justiça decidiu pela permanência do deputado.
Outro caso como lembra o Correio da Paraíba em matéria sobre o assunto hoje deu-se no Livres, antigo PSL, comandado pelo deputado Tião Gomes, que agora está filiado ao Avante. O diretório estadual do Livres foi destituído pelos filiados para que a presidência na Paraíba fosse repassada ao vereador pessoense Lucas de Brito. Tião Gomes, aliado de Ricardo Coutinho, acusou Lucas de conspirar para sua expulsão com o respaldo do prefeito Luciano Cartaxo (PSD), que é pré-candidato ao governo do Estado. O deputado estadual licenciado Lindolfo Pires é outro que diz ter sido vítima de rasteira no Pros e decidiu não permanecer filiado. Vai aguardar a janela partidária para pedir desfiliação, rezando para não perder o mandato. O comando do Pros passou para as mãos do empresário André Amaral, pai do deputado federal André Amaral, do PMDB. Lindolfo reclamou: Não fui reconhecido pelo que a gente comandou nos dois anos passados na legenda, lamentavelmente. Troccoli Júnior também foi pego de surpresa mas admitiu que permanece na sigla. Pelo menos oito dos 36 deputados estaduais já estão envolvidos em negociações para mudar a filiação.
Ficaram, ainda, desestruturados os deputados Edmilson Soares e Athaydes Mendes (Branco), ambos filiados ao PEN (Partido Ecológico Nacional) e que já sinalizaram que não permanecerão na sigla diante das alterações verificadas no comando. Que passou de Juracy Mendes, irmão de Branco, para o consultor de segurança Julian Lemos, que tem ligações com o deputado federal e presidenciável Jair Bolsonaro. Branco revelou que sequer foi comunicado das mudanças e assume que se sentiu vítima de rasteira. Lamentou: Infelizmente, a legislação permite a direção nacional chegar a um Estado e tirar dois deputados de um partido. Vou esperar até abril para tomar uma definição.
Nonato Guedes