O senador José Maranhão, presidente do diretório regional do MDB, promoverá uma confraternização hoje com aliados e jornalistas políticos, em restaurante da orla marítima de João Pessoa, oportunidade em que dissertará sobre a conjuntura política nacional e estadual, especialmente sobre a possibilidade de sua candidatura novamente ao governo em 2018. Maranhão fecha o ano com a hipótese da postulação ao governo em alta, dentro da tese de que a agremiação precisa se fortalecer e reconquistar espaços políticos em municípios grandes, pequenos e médios da Paraíba.
Maranhão é considerado como uma espécie de tríplice coroado à frente do Executivo da Paraíba. Ele assumiu a titularidade, pela primeira vez, como vice de Antônio Mariz, com o falecimento deste em 1995. Em 1998, foi beneficiado com a aprovação do instituto da reeleição e decidiu se candidatar pelo PMDB, cujo controle era seu. Foi desafiado pelo expoente maior do clã Cunha Lima, o ex-senador e ex-governador Ronaldo, já falecido, que pretendia ver o filho, Cássio, candidato. Os Cunha Lima enfrentaram o esquema maranhista em convenções internas mas foram derrotados. O principal adversário de Maranhão acabou sendo o ex-deputado Gilvan Freire, que concorreu pelo PSB e sofreu uma derrota acachapante nas urnas. Em 2009, com a cassação do mandato de Cássio Cunha Lima, Maranhão e seu candidato a vice na eleição de 2006, Luciano Cartaxo, foram convocados pela Justiça a assumir os mandatos executivos. Com isto, concluíram o mandato originalmente ganho por Cássio.
Com origens políticas em Araruna, Maranhão foi deputado estadual, federal e teve o mandato cassado pelo regime militar pelo seu alinhamento com a Frente Parlamentar Nacionalista que contestava a ditadura. À frente da administração estadual, ganhou notoriedade com a política de austeridade econômica e financeira que colocou em prática e também a alcunha de Mestre de Obras em razão dos investimentos que carreou e implantou em diferentes regiões, dando ênfase a programas ambiciosos como o Plano das Águas. No Congresso Nacional chegou a presidir a Comissão Mista de Orçamento. Já se aliou e rompeu com as principais lideranças políticas do Estado mas continua sendo reconhecido até por adversários de hoje como um homem de diálogo e de posições flexíveis.
Nonato Guedes