Festejado por políticos de diferentes legendas, ontem à noite, em restaurante da orla marítima, durante confraternização que atraiu jornalistas, o senador José Maranhão, presidente do diretório regional do MDB, não deixou dúvidas quanto ao seu projeto de ser candidato novamente ao governo do Estado em 2018. Confrontado com a presença de outros concorrentes potenciais ou cogitados como o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD) e o senador Cássio Cunha Lima (PSDB), que espera uma definição do prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, Maranhão defendeu a unidade das forças que estão na oposição ao governo Ricardo Coutinho. Indagado se acredita na unificação de tais forças políticas, foi enfático: Espero que tenham juízo e não desperdicem uma oportunidade rara como a que está se apresentando.
O evento de ontem serviu para demonstrar a habilidade política de Maranhão, que é tríplice coroado como governador, em conviver com ex-adversários ou com postulantes virtuais de outras agremiações. Maranhão assumiu a titularidade do governo pela primeira vez em 95, com a morte de Antônio Mariz, de quem era vice. Em 98, candidatou-se à reeleição, desafiando e vencendo os Cunha Lima em convenções do ex-PMDB. Em 2006, perdeu a disputa para Cássio Cunha Lima (PSDB) mas foi chamado, em 2009, a concluir o mandato, juntamente com o vice Luciano Cartaxo, em virtude da cassação do mandato de Cunha Lima pelo TSE. Cássio protestou, na época, dizendo-se vítima do maior erro judiciário cometido no país e considerando improcedentes as denúncias de prática de conduta vedada e improbidade administrativa, durante a campanha e no exercício do mandato.
A confraternização, ontem, agregou líderes como Cássio, o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo e seu irmão Lucélio, o vice-prefeito da Capital, Manoel Júnior, o deputado federal Damião Feliciano, marido da vice-governadora Lígia Feliciano, ambos do PDT, o ex-senador Marcondes Gadelha, presidente estadual do PSC, o deputado estadual Renato Gadelha, o executivo peemedebista Antônio de Sousa, o ex-governador Roberto Paulino e outras figuras de prestígio. Maranhão revelou acreditar que a definição sobre candidatura ao governo pelo bloco ali representado acontecerá até abril, data-limite para desincompatibilização de postulantes que exercem outros cargos políticos, como Luciano Cartaxo e Romero Rodrigues.
O encontro de ontem à noite foi pautado pelo clima descontraído e por rememorações de alianças políticas e de episódios de disputas que entraram na história da Paraíba. Maranhão, nas declarações a jornalistas, admitiu preocupações com a conjuntura nacional e frisou que a reforma da Previdência Social continua a ser um tema controvertido, mas manifestou confiança na obtenção de um consenso a esse respeito. Para ele, o espírito público dos parlamentares falará mais alto na hora do voto.
Nonato Guedes