Depois de estar militando na política há 35 anos, o governador do Estado do Rio, Luiz Fernando Pezão, anunciou que pretende se aposentar da carreira ao término do seu mandato no final de 2018. Confessa que se sente cansado e desapontado com o que chama de ingratidões e injustiças da vida pública. Atualmente ele enfrenta profundo desgaste em virtude do colapso administrativo a que o Rio está submetido, com salários de servidores públicos atrasados e desajustes na máquina.
O governador revelou que trabalha para colocar os salários em dia em janeiro, com o saldo decorrente das arrecadações. Observou de forma realista que o ano de 2017 parecia intransponível, mas avalia que apesar das adversidades foram conquistados avanços. E exemplificou: Quando eu olhava lá em 2016, saindo da minha doença e do hospital, os técnicos falavam que a gente iria pagar oito folhas de pagamento nesse ano. Quase que a gente pagou 12. E eu tenho certeza de que em 2018 nós vamos colocar tudo em dia e vou sair do governo de cabeça erguida, deixando previsibilidade para o meu sucessor. Não vai ter arresto, não vai ter bloqueio, é só ele (o sucessor) continuar com os ajustes que nós começamos a fazer e que ainda vamos implementar em 2018 de forma mais forte.
Pezão recorda que desde 1982 disputa votos do eleitorado e faz uma comparação afirmando que a atividade política mudou muito, ficando os gestores e políticos sem espaços para uma atuação mais proativa. Para quem gosta de trabalhar, de entregar obras, está cada vez mais difícil fazer. Hoje tem muita gente para falar não, para fiscalizar. Se nós não fizermos um pacto pelo fazer, vai ficar prevalecendo muito o pacto pelo não fazer, acrescentou. Pezão falou à imprensa após cerimônia de liberação de recursos do Ministério da Educação para escolas do Rio de Janeiro. Garantiu que não se arrepende de nada em sua trajetória. Enquanto o governador do Rio aponta exaustão e desapontamento com as práticas políticas de hoje, o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, permanece no propósito de não disputar mandato eletivo em 2018, ficando no exercício do governo até o último dia. Ele reafirma que seu empenho é no sentido de eleger sucessor uma pessoa de sua absoluta confiança, o secretário de Infraestrutura e Recursos Hídricos, João Azevedo, do PSB, que nunca disputou mandato eletivo na Paraíba.
Nonato Guedes, com Agência Brasil