Ele é um dos parlamentares federais mais atuantes da Paraíba. Com presença assídua na Comissão de Constituição e Justiça e no plenário, o deputado Luiz Couto, do PT, está em seu quarto mandato e é o campeão de proposituras na bancada calcula-se que apresentou mais de duas mil, versando sobre assuntos distintos. Já falou em se aposentar mas ultimamente resolveu colocar seu nome à disposição do partido para tentar uma vaga ao Senado. O fato novo é que, de acordo com informações vindas de Brasília, a postulação de Couto em ser senador vai se esvaziando e dificilmente se concretizará no pleito majoritário de 2018.
Uma das razões pelas quais Couto está na iminência de ser rifado como candidato ao Senado é que o governador Ricardo Coutinho (PSB), com quem ele esperava fazer dobradinha na campanha, mantém-se aferrado ao princípio de não disputar mandato eletivo em 2018, pretendendo permanecer no exercício do cargo até o último dia do mandato e investindo com prioridade na eleição do seu candidato in pectoris à sucessão, o secretário de Infraestrutura e Recursos Hídricos, João Azevedo, que nunca disputou mandato político embora seja reconhecido pelos seus méritos como técnico de alta qualificação, com influência marcante nas mudanças introduzidas no planejamento urbanístico de João Pessoa.
Couto já foi deputado estadual e candidato a prefeito de João Pessoa pelo Partido dos Trabalhadores. Na Câmara, destacou-se desde o primeiro mandato pela atuação firme na defesa e formulação de propostas sobre temas como direitos humanos, chegando a presidir a Comissão que versa sobre o assunto. Enfrentou ameaças de morte ao denunciar a ação de grupos de extermínio em regiões de fronteira da Paraíba e ganhou escolta de agentes da Polícia Federal por determinação do ministério da Justiça. O parlamentar pode ser prejudicado, ainda, na corrida majoritária do ano que está começando, pelo desgaste nacional do PT e pela decisão do partido de não investir em candidaturas ao Senado. As decisões nos Estados estão condicionadas, também, ao desfecho do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro mês de 2018 em Porto Alegre.
Nonato Guedes