A defesa do prefeito afastado de Bayeux, Berg Lima, comemorou como uma goleada o placar de 10 X 7 da sessão da Câmara Municipal daquela cidade que o absolveu de todas as acusações imputadas, a mais grave delas a extorsão contra um empresário-fornecedor da prefeitura para pagar-lhe propina. A sessão durou mais de 16 horas de direção e gerou um clima de expectativa em toda a cidade e na região metropolitana de João Pessoa. Berg Lima, sem partido, está afastado há seis meses da prefeitura. Para reassumi-la, precisará do aval do Poder Judiciário estadual.
Ele havia dito, no período em que esteve preso em João Pessoa em Batalhão da PM, que era inocente e que fora vítima de uma armação patrocinada pelos seus adversários políticos mas que iria provar os fatos e desmascarar os supostos algozes. Com o afastamento de Berg, o cargo de prefeito passou a ser exercido pelo vice Luiz Antônio, do PSDB, que também foi flagrado em suposta transação de recebimento de propina. As investigações processadas sobre acusações imputadas a Berg, ex-Podemos, foram conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado do Ministério Público, Gaeco.
O advogado Raoni Vita, segundo informa o Correio da Paraíba, considerou que a decisão da Câmara facilitou novos passos no caso beneficiando o seu constituinte, o prefeito afastado. Essa decisão, tanto pelo teor do parecer exaustivo quanto pelo placar e provas coletadas, dá um grande fôlego para levarmos ao conhecimento do Poder Judiciário, tão logo seja encerrado o recesso, os fatos na sua acepção mais verdadeira. O empenho, segundo confirmou Raoni, é sentido de reformar a medida cautelar de afastamento, restabelecendo-se as garantias constitucionais não só do prefeito afastado, mas do respeito à soberania do sufrágio do povo de Bayeux, que consagrou a maior votação de sua história.
A decisão do legislativo de Bayeux já foi encaminhada ao Tribunal de Justiça da Paraíba que se encontra em período de recesso e somente retorna às atividades no dia 8 de janeiro. O caso pode ser decidido por um desembargador plantonista. A ata contendo a deliberação também será encaminhada ao Tribunal Regional Eleitoral, nos termos do decreto-lei 201/67, da administração federal. Para ser condenado e ter a perda do mandato decretada pelo legislativo municipal, ele precisava de 12 votos contrários à sua absolvição. A defesa alega que o dinheiro recebido do empresário José Paulino era oriundo de empréstimo a ele concedido. Paulino teria ameaçado suspender o fornecimento de quentinhas na UPA do município se não recebesse os recursos.
Por Nonato Guedes