O ex-deputado federal Gilvan Freire, que presidiu a Assembleia Legislativa da Paraíba e foi candidato a governador do Estado em 1998, mostra-se descrente de renovação política mais efetiva nas eleições previstas para este ano, observando que o nosso Estado não tem quadros políticos alternativos que possibilitem mudanças. As figuras são as mesmas para deputado federal, por exemplo. E essa ausência de quadros emergentes, que também se verifica em outros Estados, gera um impasse inevitável, pondera Gilvan.
Advogado, com atuação ativa em programas jornalísticos no rádio e na televisão, em que aborda as questões da atualidade, Gilvan Freire prevê o despontar de raras exceções no cenário de candidaturas a cargos majoritários e proporcionais agora em 2018. Gilvan confirma que abandonou definitivamente a política-partidária em virtude da desigualdade de condições e recursos para competir em igualdade com outros postulantes. Mesmo com as restrições derivadas de escândalos apurados pela Operação Lava Jato, que levou para a cadeia figuras ilustres de diferentes partidos, Freire considera que pretendentes com melhor situação financeira serão privilegiados na disputa.
Falando como analista político, Gilvan estima que a renovação da representação paraibana nas eleições vindouras se situará na média registrada nas últimas campanhas eleitorais, em torno de 20% a 25%. Isto equivaleria à substituição de, no máximo, três dos atuais deputados federais (são doze, no total). Os outros oito permanecerão, conforme ele, sem qualquer ameaça aos mandatos ou à sobrevivência política. Entre os atuais parlamentares, Gilvan identifica chances de eleição a deputado federal para o atual presidente da Assembleia, Gervásio Maia (PSB), que tem realizado uma pré-campanha arrojada, na sua avaliação. Gervásio chegou a cogitar a possibilidade de ser candidato a governador pelo partido do governador Ricardo Coutinho, mas não sentiu receptividade da parte do gestor, que continua comprometido com a candidatura do secretário de Infraestrutura e Recursos Humanos, João Azevedo. Um ponto que Gilvan sublinha é a prevalência do domínio de oligarquias políticas, principalmente em municípios do interior paraibano.
Nonato Guedes, com Correio da Paraíba