A Executiva nacional do MDB, no mapeamento que começou a fazer sobre os Estados onde o partido será competitivo nas eleições majoritárias deste ano, incluiu a Paraíba no rol. A direção emedebista vai apoiar decididamente as candidaturas do senador José Maranhão ao governo e do senador Raimundo Lira à reeleição, oferecendo infraestrutura e aporte financeiro resultante do chamado Fundo Partidário. A avaliação de cúpula em Brasília é de que candidatos da legenda tendem a ganhar capilaridade nas urnas, bafejados pela perspectiva de recuperação econômica e de retomada da geração de empregos pelo governo do presidente Michel Temer.
Em paralelo, o presidente da República e o partido vaticinam progressos nas negociações de bastidores para a aprovação da reforma da Previdência Social, um ponto que ainda é alvo de controvérsia. O governo tem priorizado uma campanha de massificação da orientação à opinião pública sobre os benefícios da reforma da Previdência, contestando e exorcizando as versões de que a mudança vai retirar direitos adquiridos e prerrogativas de trabalhadores que contribuíram ao longo dos anos com o INSS. Uma outra análise que é feita leva em conta o desgaste de outros partidos políticos, alguns dos quais têm dirigentes e líderes influentes presos ou envolvidos em escândalos de gravidade.
Interlocutores do senador José Maranhão afirmam que sua candidatura ao governo é para valer e que ele tem respaldo pelas obras que realizou quando ocupou o Palácio da Redenção por três vezes. Maranhão questiona publicamente o lobby dentro do próprio partido para apoiar a candidatura do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD) ao governo do Estado. Lembrando que em 2016 o PMDB fechou com a chapa de Cartaxo à reeleição na Capital, indicando o vice, Manoel Júnior, salientou que política requer reciprocidade. Em 2006, quando era filiado ao PT, Cartaxo compôs a chapa de Maranhão ao governo do Estado no papel de vice. Ambos assumiram os cargos já no final do mandato de Cássio Cunha Lima, em fevereiro de 2009, por decisão do TSE que cassara o mandato do tucano.
Por outro lado, o senador José Maranhão não demonstrou maior entusiasmo com a iniciativa do PMDB nacional de resgatar a sigla MDB, que prevaleceu na época da ditadura, em que fazia oposição ao regime militar. Não convence o argumento de que o PMDB deveria se livrar da sigla porque tinha sido gerado durante uma decisão no golpe de 1964. Assim como o PMDB, o MDB e todos os partidos surgiram em plena vigência do regime autoritário. Foi esse regime que criou o MDB e a Arena um que seria de oposição e outro do governo. Não é a mudança de nome que vai modificar a forma de atuação do partido. O MDB vem cumprindo seu papel em sintonia com a sociedade, esta é a minha posição política e pessoal, concluiu o parlamentar, que preside o diretório regional do MDB.
Por Nonato Guedes
contato: nonaguedes@uol.com.br