O deputado federal Rodrigo Maia, do DEM-RJ, presidente da Câmara Federal, começou a se articular para viabilizar sua candidatura à presidência da República este ano, lastreada por uma ampla coalizão de forças políticas-partidárias. Nas últimas horas, ele esteve reunido com Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PR, uma das legendas que deve compor o leque das forças de apoio a Rodrigo. Oficialmente, Maia deu a versão de que foi tratar da reforma da Previdência com Costa Neto. O PR tem uma bancada expressiva de 37 deputados.
Em princípio, ao ser inteirado da pretensão de Rodrigo em lançar-se candidato ao Planalto, o presidente Michel Temer (MDB) duvidou da sua possibilidade, insinuando acreditar que Maia pretenda candidatar-se à reeleição como deputado. Mas Temer ressaltou que Rodrigo só tem a ganhar caso aprofunde contatos políticos que objetivem atrair forças para o arco da candidatura. Atual vice informal de Temer (que assumiu a titularidade com o impeachment da petista Dilma Rousseff), Rodrigo Maia tem se destacado na condução dos trabalhos legislativos e é um dos parlamentares com que o Planalto conta para facilitar a aprovação da reforma da Previdência, um tema polêmico junto a parlamentares e representantes da sociedade.
Rodrigo teria pedido à cúpula nacional do Democratas adiamento da convenção nacional para tratar da eleição presidencial, prevista para o final deste mês, admitindo que deseja ganhar tempo para obter proveito com a aprovação da reforma previdenciária. Apesar da influência do presidente Michel Temer nesses momentos de negociação da reforma, com barganha de cargos, cabe a Rodrigo Maia pautar a votação em plenário. Embora nos bastidores circulem rumores acerca de provável desentendimento entre o presidente da República e o presidente da Câmara, sabe-se que o Planalto não põe em dúvida a lealdade de Rodrigo Maia.
O dirigente da Câmara dos Deputados está conversando com expoentes de outras agremiações que se sentem órfãs para a corrida presidencial pela falta de quadros que poderiam ser lançados à disputa presidencial. Considerado um articulador político habilidoso, Rodrigo Maia já deixou claro que não recusará votos de eleitores petistas, na hipótese deles ficarem sem opção com uma provável condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Enquanto isso, no Palácio do Planalto, continua ganhando impulso o movimento para lançamento da candidatura do ministro Henrique Meireles ao Planalto. O ministro é filiado ao PSD.
Nonato Guedes, com agências