Na Câmara Municipal de Campina Grande já está definida uma audiência pública destinada a debater a possibilidade de distribuição de água do eixo leste da transposição do rio São Francisco entre os estados da Paraíba e de Pernambuco. A audiência pública foi requerida diante das informações de que os governadores dos dois Estados consensuaram a construção de uma adutora para levar água da transposição até à cidade paraibana de Barra de São Miguel e, por extensão, até o vizinho município pernambucano de Santa Cruz do Capiberibe.
O prefeito de Campina, Romero Rodrigues (PSDB) entrou nas discussões sobre a cessão de água do rio Paraíba para um município de Pernambuco e disse que não é contra o ato, mas cobrou do Ministério da Integração garantias para que Campina e a região da Borborema não sejam prejudicadas com desabastecimento. Rodrigues salientou ter consciência de que o consumo de água é um direito universal, mas, no caso em tela, é importante que o Ministério da Integração informe qual será o volume de água liberado para que seja capaz de continuar abastecendo o açude de Boqueirão e ao mesmo tempo atendendo aos demais municípios.
– Tendo essa garantia, não vejo qualquer problema. Nossa posição, então, é de expectativa quanto ao posicionamento do Ministério a respeito. Precisamos de uma posição técnica e imparcial que nos dê a garantia de que a cessão dessa água não vai fazer falta ao abastecimento de Boqueirão acrescentou o alcaide. O pedido de audiência pública na Câmara Municipal de Campina foi requerido pela vereadora Ivonete Ludgério, que convocou toda a bancada de situação para discutir o assunto. Ela confirmou que a Câmara de Campina está seriamente preocupada com a atual situação hídrica do Açude Epitácio Pessoa.
E explicou: Uma cidade como Campina Grande necessita de segurança hídrica para atender a sua população e igualmente abastecer os municípios vizinhos do seu sistema adutor, além de garantir o abastecimento ao comércio, às indústrias e aos serviços de toda uma região de mais de 1 milhão e meio de pessoas polarizadas pela Rainha da Borborema. Para Ivonete, a discussão sobre o tema é urgente e por isso serão convocadas as entidades diretamente ligadas ao assunto como a Cagepa e a Aesa. Não somos contra a distribuição da água, mas queremos garantias de que não faltará água para a população de Campina e para as populações do entorno, ressaltou Ivonete.
Nonato Guedes