O ex-senador Efraim Morais, presidente do diretório regional do Democratas na Paraíba e secretário da Casa Civil do governo Ricardo Coutinho (PSB) confirmou, ontem, que pretende se desincompatibilizar de suas funções na administração em abril para se dedicar à campanha para as eleições de outubro. Ele admitiu, em entrevista a uma emissora de rádio, ontem, compor a chapa majoritária encabeçada pelo secretário de Recursos Hídricos e Infraestrutura, João Azevedo, na condição de vice dele, mas condicionou a definição a entendimentos que serão mantidos com o próprio governador em torno da estratégia para a disputa.
A possível candidatura de Efraim a vice-governador na chapa de João Azevedo, que é o candidato in pectoris do governador Ricardo Coutinho, até agora, para a sua sucessão, não teve receptividade junto a dirigentes petistas paraibanos. O presidente do diretório estadual do Partido dos Trabalhadores, Jackson Macêdo, lembrou que há sérias incompatibilidades entre a legenda e o ex-PFL, ao qual o DEM sucedeu. Interlocutores do governador Ricardo Coutinho observaram, porém, que o PT local já vem convivendo com o DEM na equipe da atual gestão e que não tem havido maiores atritos ou desavenças.
Ao mesmo tempo em que acolhe o DEM, que no plano nacional dá combate ao PT, o governador Ricardo Coutinho, que é tido como pré-candidato ao Senado, restabeleceu vínculos com o PT paraibano e nacional e nas últimas horas hipotecou solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujo julgamento pelo TRF 4 de Porto Alegre está programado para amanhã. O chefe do Executivo paraibano considerou improcedentes acusações formuladas contra Lula, envolvendo a aquisição de um tríplex no Guarujá em São Paulo, que teria sido financiado pela OAS em troca de favorecimentos financeiros das gestões petistas. O que há é uma perseguição declarada contra o ex-presidente, manifestou Coutinho.
O PT paraibano não confirmou as versões insistentes na imprensa de que o deputado federal Luiz Couto deverá compor a chapa majoritária encabeçada por João Azevedo, figurando como postulante ao Senado. Fontes ligadas à direção estadual asseguraram que a definição existente, até agora, é sobre a candidatura de Couto à reeleição à Câmara Federal, como parte de estratégia nacional do Partido dos Trabalhadores para fortalecer a representação política naquela Casa. Com o favoritismo do governador Ricardo Coutinho a uma das vagas ao Senado e com postulações fortes como as dos senadores Raimundo Lira (PMDB) e Cássio Cunha Lima (PSDB), o PT estadual prefere não arriscar-se na disputa majoritária de 2018. Efraim Morais explicou, ontem, que o afastamento seu da Casa Civil também tem como finalidade dedicar-se à campanha do seu filho, o deputado federal Efraim Filho, que disputará a reeleição. A meu ver, essa questão da participação em chapa majoritária vai ser mais para a frente. Temos que esperar o cronograma das eleições, concluiu o ex-senador Efraim Morais.
Nonato Guedes