O senador Cássio Cunha Lima (PSDB), vice-presidente do Senado Federal, afirma respeitar a decisão do senador José Maranhão (MDB) em disputar o governo do Estado nas eleições de outubro, mas pondera que novas lideranças como os prefeitos reeleitos de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD) e de Campina Grande, Romero Rodrigues, do PSDB, tenham a oportunidade de comandar o Executivo estadual. Cunha Lima foi candidato a governador por três vezes, saindo vitorioso em duas delas, em 2002 e 2006, quando derrotou Roberto Paulino e Maranhão. Em 2014, Cássio perdeu para o atual governador Ricardo Coutinho (PSB).
Em 2009, Maranhão chegou a ascender ao governo devido à cassação do mandato de Cássio pela Justiça Eleitoral, num episódio que o senador tucano considerou um grave erro cometido pelo Judiciário na história política brasileira. Na atual conjuntura, o nome de Cássio chegou a ser defendido dentro do PSDB e em outras áreas de oposição como alternativa para derrotar o esquema do governador Ricardo Coutinho, que lançou a pré-candidatura do secretário João Azevedo ao Palácio da Redenção. Cássio preferiu, entretanto, declinar da postulação, dispondo-se a concorrer a um novo mandato ao Senado, enquanto estimulou opções que passaram a ter destaque como as de Cartaxo e de Romero.
O próprio vice-prefeito de João Pessoa, Manoel Júnior, que é do MDB, cerrou fileiras em torno da candidatura de Luciano Cartaxo e garante que isto não se deve apenas à oportunidade que poderá vir a ter de ser efetivado na titularidade da prefeitura da Capital, mas porque considera que a ascensão de Cartaxo ao governo insere-se no quadro de renovação experimentado naturalmente pela realidade de poder na Paraíba. Os entendimentos no bloco oposicionista não avançaram até agora em termos de fixação de candidatura por conta da intransigência de Maranhão em postular o cargo.
Luciano Cartaxo, por sua vez, sinalizou que pretende aprofundar o diálogo tanto com o prefeito Romero Rodrigues quanto com o senador José Maranhão para que haja consenso no bloco oposicionista, facilitando, desta forma, a estratégia para derrotar o esquema liderado pelo governador Ricardo Coutinho. Enquanto isso, Ricardo mantém uma estratégia centrada no impacto da ação administrativa e no fortalecimento da pré-candidatura de João Azevedo, que pilota a secretaria de Recursos Hídricos e Infraestrutura.
Nesta segunda-feira, às 10h, no Salão Nobre do Palácio da Redenção, o governador lança o calendário 2018 do Orçamento Democrático. A meta prevista é a de concluir 17 audiências públicas do OD até o final de março. Nas plenárias, a população elege prioridades de investimentos para as regiões e aponta as ações que poderão ser implantadas ou reformuladas.
Nonato Guedes