Cálculos do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) sinalizam que a dados de hoje o governo federal está distante dos 308 votos necessários para aprovar a reforma da Previdência em fevereiro. O diretor do Diap, Antonio Augusto de Queiroz, enumerou três pontos que indicariam dificuldade do Parlamento em mobilizar a base aliada na Câmara Federal o primeiro deles o profundo desgaste experimentado pelos parlamentares devido à aprovação de projetos impopulares em 2017. Um outro fator adicional é a proximidade das eleições. Enfim, os diversos incentivos fiscais, concedidos em meio à crise, confirmariam que o contingenciamento de recursos é mentira.
Diante do cenário de derrota iminente, Queiroz prognosticou que o mais provável é que o governo adie a votação da PEC da Previdência. Mas o presidente da República parece ser um otimista incorrigível. Ele tem participado de programas populares na televisão para tentar explicar didaticamente a reforma previdenciária e, assim, diminuir as resistências latentes. Nos programas, como o do apresentador Sílvio Santos, do SBT, ele comenta que as regras de acesso à aposentadoria traçadas pelo seu governo não prejudicarão direitos de quem quer que seja. No seu entendimento, tem melhorado a percepção popular sobre a reforma, o que poderia causar efeito sobre parlamentares ainda receosos de declarar seu voto a favor.
Temer conta com 70% de rejeição, conforme índice registrado pelo Datafolha, o que demonstra que sua reprovação se manteve estável nos últimos dois meses, oscilando apenas em um ponto percentual em comparação com o índice registrado no fim de novembro. Em conversa com interlocutores, Temer deixou-se trair e desabafou: Parece que o povo não vai com a minha cara. Em todo o território nacional apenas seis por cento dos entrevistados consideraram seu governo bom ou ótimo. Com um ano e oito meses de gestão, Temer tem uma avaliação pior entre as mulheres (75%) e entre os trabalhadores que ganham menos de dois salários mínimos. No Nordeste, 80% dos entrevistados consideraram seu governo ruim ou péssimo. Temer tem declarado que vai trabalhar para melhorar sua imagem. Nos últimos dias fez um périplo por programas de televisão, comandados por apresentadores como Sílvio Santos, Ratinho e Amaury Júnior, mas a ofensiva não surtiu efeito.
Nonato Guedes, com agências