O senador José Maranhão (MDB), pretenso candidato ao governo do Estado este ano, confirmou o propósito de acionar a Polícia Federal com vistas a apurar provável espionagem e violação de privacidade de que ele estaria sendo vítima. O parlamentar queixou-se que drones foram avistados em torno de sua residência no Altiplano Cabo Branco, em João Pessoa, inclusive, em momentos de lazer que passava com seus netos. Só pode ser uma orquestração, protestou o presidente do diretório regional emedebista, lembrando que em sua casa recebe políticos e outras pessoas para conversas e articulações.
Pelo menos por duas vezes, de acordo com o senador que é piloto de avião um drone pairou sobre a sua residência, causando estranheza tanto a ele quanto a familiares e pessoas próximas das imediações. Não sei com que intenção estão fazendo isso, mas sei que está caracterizada uma absurda invasão de privacidade, verberou o ex-governador da Paraíba. Maranhão reafirmou que se mantém no propósito de concorrer ao Palácio da Redenção, dentro da estratégia de fortalecer o MDB e evitar que o partido fique a reboque de outras agremiações. Ele salienta que não se trata de ambição pessoal, como tem sido insinuado por adversários. Da mesma forma, estranha os comentários de que estaria dificultando a renovação do cenário político ao se colocar como candidato. O MDB não interfere em outros partidos, portanto, não há ameaça de nossa parte a pretensões de quem quer que seja, frisou.
José Maranhão foi governador do Estado em três oportunidades. A primeira investidura ocorreu em 1995 quando da morte do governador Antônio Mariz, de quem JM fora companheiro de chapa no embate de 94 contra a então deputada Lúcia Braga. Uma vez aboletado no cargo, Maranhão foi favorecido, em 98, com a aprovação, pelo Congresso, da emenda possibilitando reeleição de ocupantes de cargos executivos. Decidiu postular a sua sagração em convenção e enfrentou forte reação do clã Cunha Lima, mas venceu a queda de braço pelo controle do diretório, foi escolhido postulante e derrotou Gilvan Freire, então PSB, por uma diferença acachapante. Em 2006, Maranhão disputou novamente o governo, tendo como vice Luciano Cartaxo, então filiado ao PT. Foram derrotados pela chapa Cássio Cunha Lima-José Lacerda Neto, mas em fevereiro de 2009 deu-se a cassação de Cunha Lima pelo TSE, e Maranhão e Cartaxo foram convocados pela Justiça a complementar o mandato.
Na atual conjuntura, diante da exortação do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, para que deixassem os cargos secretários e auxiliares-candidatos a postos eletivos este ano ou que não tenham compromisso de apoio à sua candidatura, duas pessoas ligadas a Maranhão atenderam à solicitação Dihêgo Amaranto e a ex-deputada Olenka Maranhão. Esta ocupava a secretaria de Produção Renda, é sobrinha do ex-governador José Maranhão e tem planos de voltar a se candidatar à Assembleia Legislativa.
Nonato Guedes