Das duas, uma: ou o prefeito Romero Rodrigues (PSDB) confia tanto no seu vice-prefeito Enivaldo Ribeiro (Progressistas) que dispensou qualquer acerto prévio com ele sobre o futuro da administração, ou não pensa realmente em ser candidato a governador, estando apenas aproveitando a oportunidade para projetar seu nome para o futuro.
Enivaldo compareceu ao almoço do Sistema Correio com a bancada paraibana. Estava representando o filho, o deputado Aguinaldo Ribeiro, que tinha sido chamado com urgência a Brasília. Sentei ao seu lado e tentei descobrir se já estava se preparando para assumir a Prefeitura e se tinha planos para Campina, no caso de ser Romero o escolhido como o nome da oposição para o governo.
Enivaldo já foi prefeito da cidade e sua gestão (1977 a 1983), reconhecida como inovadora, com aberturas de grandes avenidas e até a construção do 1° shopping da Paraíba. Depois foi deputado estadual por dois mandatos e federal por três. Natural esperar que tivesse algum projeto especial, principalmente por ter o respaldo de Aguinaldo, para quem as portas estão abertas em Brasília, onde está o dinheiro para obras.
– Não tivemos essa conversa. Romero não falou nada comigo respondeu Enivaldo Ribeiro.
– O Senhor não está escondendo o jogo? Em João Pessoa, Luciano Cartaxo e Manoel Júnior trabalham juntos por essa candidatura. O Senhor não teve nenhuma conversa com Romero Rodrigues? insisti.
– Sobre vir a assumir? Não repetiu o vice-prefeito.
O que entender? Primeiro, que Romero está absolutamente seguro da lealdade e da competência de Enivaldo Ribeiro, tanto para apoiar seu projeto, como para avançar com a gestão. A segunda hipótese é ele ter adiado os acertos com o vice porque ainda não tem segurança de suas chances. Ou até já prevê o desfecho da disputa.
Tentei descobrir se havia frustração ou ressentimento da parte de Enivaldo por conta desse comportamento. Sem qualquer floreio, disse que não. Para não deixar dúvida explicou que quando o Progressistas foi procurado por Romero para apoiar sua reeleição, já tinha outras propostas, inclusive uma de Veneziano Vital do Rego, mas fechou com ele e aceitou indicar o vice-prefeito. É o que ele é.
Enivaldo pode não achar nada demais, mas que a falta de conversa diz muito, isso diz.
* Coluna de Lena Guimarães, edição de sábado, 03-02-18, do jornal Correio da Paraíba