Desde a morte do ex-presidenciável Eduardo Campos, que foi governador de Pernambuco, em acidente aéreo em São Paulo poucas horas depois de ter se lançado candidato ao Planalto na bancada do Jornal Nacional no Rio, os políticos tomaram-se de cuidados para se prevenir contra tragédias em pleno ar durante a maratona para as eleições de outubro deste ano. O senador paraibano José Maranhão, pré-candidato ao governo pelo MDB, aparentemente leva uma vantagem nesse espaço por ser piloto de aeronaves, com brevê obtido na Escola de Pilotagem do Recife. Isto lhe dá um domínio mais amplo sobre as escalas aéreas que cumpre em aviões de diferentes modalidades, mas como ele mesmo adverte o segredo é não facilitar o azar que abre porta para o imponderável.
São inúmeros os relatos de Maranhão sobre acrobacias aéreas e até sobre acidentes sem maior gravidade como o que ocorreu numa das campanhas do falecido senador Ruy Carneiro, líder popular consagrado na Paraíba. Com passagens marcantes pelo Aeroclube da Paraíba, onde é considerado uma espécie de benfeitor, José Maranhão alerta que mudanças periódicas têm sido introduzidas na estrutura das aeronaves de diferentes portes, dentro da filosofia de reduzir ao máximo os riscos de deslizes ou acidentes graves, mas pondera que não se deve abrir mão da cautela e de medidas elementares de segurança quando de viagens aéreas. Tanto ele como outros líderes políticos admitem que o avião tornou-se peça imprescindível nas campanhas, diante dos deslocamentos múltiplos agendados num só dia e da necessidade que os próprios candidatos se impõem de atender aos compromissos.
Mas, de acordo com Maranhão, a partir de exemplos de casos lamentáveis verificados ao longo dos anos na história da aviação no Brasil e no mundo foram criadas as condições objetivas para assegurar uma razoável zona de conforto para quem precisa enfrentar a maratona dos deslocamentos. Não somente foram feitas adaptações na estrutura mecânica dos aparelhos como se investiu num trabalho de conscientização das pessoas quanto a precauções que devem ser tomadas. Adepto do raciocínio de que há duas palavras que não existem no dicionário do piloto medo e solidão, o ex-governador da Paraíba e atual senador define que voar é uma atividade mais cerebral do que física.
A história de Maranhão com a aviação já é bastante conhecida ele foi apresentado a esse universo através da leitura, manuseando livros de Antoine Saint-Exupèry, especialmente O Pequeno Príncipe, Voo Noturno e Correio Sul. A partir do mergulho nessas leituras, teve despertada a atenção por comandar um mais pesado que o ar. Num dos depoimentos a respeito, Maranhão informou que toda a sua geração foi influenciada por esses livros a voar, no sentido físico ou espiritual. Eu fiz as duas coisas, complementa. Maranhão almeja, também, voar em céu de brigadeiro na corrida eleitoral deste ano na Paraíba. Pré-candidato lançado com apoios expressivos ao governo que já exerceu por três vezes, ele tenta fechar acordos e composições que possam turbinar a caminhada de volta ao Palácio da Redenção. Estou cada vez mais motivado a trabalhar em benefício da Paraíba, assinala o parlamentar emedebista.
Nonato Guedes