A deputada estadual Manuela DAvila (PCdoB-RioGrande do Sul) confirmou que estará na Paraíba entre o fim de março e o início de abril para deflagrar contatos com lideranças políticas e montar um cenário de apoios que possam respaldar sua pretensão na corrida pelo Palácio do Planalto. Ela foi oficialmente lançada pelo PCdoB para a disputa, mas tem postura de boa convivência com a maioria dos líderes do Partido dos Trabalhadores. Seu pré-lançamento foi saudado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, do Paraná.
Somente o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) criticou o lançamento da pré-candidatura de Manuela DAvila, afirmando ser equivocado porque contribui para a desunião das oposições num momento crítico de aglutinação de forças para combate ao governo de Michel Temer (MDB) e do consórcio de partidos que o apoia. Farias ponderou que não desconhece qualidades de Manuela, mas pessoalmente está empenhado na tarefa de convergir apoios das forças de esquerda para respaldar uma virtual candidatura do ex-presidente Lula. Este, na saudação a Manuela, apenas manifestou a esperança de que PT e PCdoB estivessem juntos no palanque num segundo turno.
Falando a uma emissora de rádio de João Pessoa, Manuela, que já foi deputada federal e é conhecida pela combatividade das suas posições, antecipou que na sua plataforma como candidata vai propor que seja repensado o papel do Estado no contexto da sociedade brasileira. Eu estou me candidatando para discutir saídas para os problemas graves que o Brasil enfrenta. Acreditamos que a crise política e econômica é muito severa, punindo diretamente os setores desfavorecidos da população. Queremos um debate sobre qual o papel do Estado, as medidas de enfrentamento à violência urbana, bem como as propostas para a educação, a juventude e a mulher, anunciou ela.
A deputada afirmou que aposta num entendimento entre PCdoB, PT, PDT e PSB com vistas à construção de um programa mínimo de governo para a disputa presidencial em outubro. Manuela criticou a situação econômica nacional e defendeu a mobilização e resistência das mulheres, além de reprovar o governo do presidente Michel Temer. De acordo com a pré-candidata, o presidente firmou um compromisso e depois o rasgou, ao comentar ter participado da aliança que elegeu Dilma Rousseff como presidente e o emedebista como vice. Sobre a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Manuela foi enfática: Nós do PCdoB e dos partidos de esquerda avaliamos que a decisão do TRF4 foi eminentemente política.